quinta-feira, 15 de março de 2018

Impressões digitais em vaso usado para matar artista plástica poderão levar a criminosos

Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Foto: Facebook/Reprodução
Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Foto: Facebook/Reprodução

Impressões digitais colhidas no vaso de plantas usado para assassinar a arquiteta e artista plástica Maria Alice Soares dos Anjos, 74 anos, são as primeiras pistas encontradas pela polícia para desvendar o crime. Conhecida como Baixinha, Maria Alice foi uma das fundadoras do bloco carnavalesco Eu Acho é Pouco. Ela foi encontrada morta no quintal da casa onde morava sozinha, na Rua 13 de Maio, no Sítio Histórico de Olinda, na noite da terça-feira. A vítima estava de camisola e tinha lesões na cabeça e nos joelhos. 
A principal linha de investigação da Polícia Civil, por enquanto, é a de latrocínio (roubo seguido de morte). A bolsa com os documentos da vítima e seus dois telefones celulares não foram encontrados. Vários cômodos do imóvel estavam revirados, mas não foram encontrados sinais de arrombamento nas portas. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Olinda.
A polícia acredita que usuários de drogas possam ter cometido o crime. De acordo com o delegado Ricardo Silveira, as características indicam que foram “amadores”. “Aparentemente, foi uma ação típica de usuários de drogas que pretendiam subtrair objetos de valor para empregar em algum pagamento de dívidas. Não é uma linha que podemos tratar como definitiva, mas observando a forma como o crime foi praticado, dá a entender que os criminosos não são contumazes. Eles não usaram arma de fogo nem levaram uma grande quantidade de bens”, argumentou o delegado. 

As imagens das câmeras de segurança do Sítio Histórico serão analisadas pela polícia. A Prefeitura de Olinda informou que a Secretaria de Segurança Urbana está colaborando com as investigações. 

O sepultamento será realizado nesta quinta-feira (15), no Cemitério Parque das Flores, em Maceió, onde moram seus familiares. Sônia dos Anjos, irmã de Maria Alice, veio de Alagoas ao Recife após ser informada sobre o crime. Ela disse que Baixinha era apaixonada por Olinda. “Alice era muito articuladora e viveu para Olinda. Amava muito aquela casa onde ela construiu a vida. Esperamos que a polícia encontre a pessoa que cometeu o crime. Ficamos agora com o sentimento de perda de uma pessoa extremamente querida. Ela era brava, guerreira, lutadora, sempre ia atrás do que queria”, declarou Sônia. Familiares afirmaram que Maria Alice havia sido vítima de furto recentemente, também dentro de casa.

Ontem, equipes da Delegacia de Homicídios de Olinda e do Instituto de Criminalística voltaram à casa de Maria Alice. Segundo o perito Diego Rocha, manchas que pareciam sangue foram encontradas no quintal. “Estamos tentando entender a dinâmica do crime. Como o assassino entrou e saiu da casa. Estamos tentanto encontrar vestígios biológicos e colhendo impressões digitais para alinhar nossas provas materias com o que a investigação está descobrindo. Pelo estado em que o corpo foi encontrado, é possível que o crime tenha acontecido até 24 horas antes da localização. O laudo do Instituto de Medicina Legal vai precisar o horário certo. É cedo para afirmar quantas pessoas praticaram o crime”, ressaltou o perito.

Tristeza 
Também fundador do Eu Acho é Pouco, o arquiteto Ivaldevan Calheiros, 74, lamentou a morte da amiga. “Era um dos sustentáculos do bloco. Muitas reuniões eram realizadas na casa dela. Maria Alice foi uma excelente pessoa e amiga. Vai fazer muita falta ao Eu Acho é Pouco e ao carnaval de Olinda. Ela tinha um poder de agregar muito grande. Assim como ela, sou alagoano e apaixonado por Olinda”, declarou Ivaldevan. 
A Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta divulgou nota lamentando a morte de Maria Alice. “Baixinha pertencia ao quadro de associados e era uma mulher muito guerreira sempre presente nas lutas para que moradores pudessem desfrutar de uma vida cotidiana com mais qualidade, diante dos inúmeros problemas do Sítio Histórico de Olinda, principalmente a segurança.”
Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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