Mostrando postagens com marcador Diário da História. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Diário da História. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Ataque em Barcelona: o que se sabe até agora



Paramédicos são vistos próximos da cena do ataque na área de Las Ramblas, Barcelona, em 17 de agostoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionÁrea turística foi alvo do ataque nesta quinta em Barcelona

Uma van foi lançada contra pedestres na avenida Las Ramblas, um dos pontos turísticos mais importantes de Barcelona, matando 13 pessoas e ferindo pelo menos cem nesta quinta-feira. A polícia espanhola classificou o episódio como um ataque terrorista.
Por volta das 21 horas (horário de Brasília), a polícia espanhola disse que realizou uma ação na cidade de Cambrils, a pouco mais de 100 quilômetros de capital catalã. Várias pessoas teriam sido mortas pela polícia enquanto tentavam realizar um novo ataque. Ainda não está claro se há conexão com os fatos ocorridos na avenida Las Ramblas.
Veja o que se sabe até agora sobre o ataque de Las Ramblas:

O que aconteceu?

O ataque começou às 16h50 na hora local (11h50 no horário de Brasília).
Testemunhas descreveram que viram uma van branca ziguezagueando em alta velocidade na área de pedestres, deliberadamente atingindo pessoas, atirando muitas ao chão e fazendo com que outras fugissem para se protegerem em lojas e cafés.
Autoridades catalãs confirmaram que 13 pessoas morreram. Mais de cem ficaram feridas, 15 delas seriamente.


Mapa onde aconteceu o incidente

Onde o ataque ocorreu?

A van foi conduzida pela avenida Las Ramblas - um calçadão que cruza 1,2 km pelo centro de Barcelona.
O espaço vai desde a Praça de Catalunha até o monumento para Cristóvão Colombo, que fica à beira-mar.
O calçadão é popular entre turistas por causa de suas lojas, bares e restaurantes.


Policiais e equipes de resgateDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAtaque ocorreu em um dos locais mais movimentados da cidade espanhola

Houve um segundo ataque?

A polícia confirmou que dois policiais foram atropelados por um veículo em uma barreira policial. Mas não há evidências de que esse episódio esteja relacionado ao ataque de Las Ramblas.
Por outro lado, as autoridades relacionaram o atentado no calçadão a uma explosão ocorrida na quarta-feira à noite, que destruiu uma casa, deixando uma pessoa morta e sete feridas.
A casa, em Alcanar, a cerca de 200 km ao sul de Barcelona, estava cheia de garrafas de propano e butano, informou o jornal espanhol El País.

Quem realizou o ataque?

Duas pessoas ligadas pela polícia ao incidente foram presas - uma nascida no Marrocos e outra no enclave espanhol de Melilha, no norte da África.
A polícia também divulgou uma foto do homem que supostamente alugou a van. Porém, a imprensa local informou que o jovem - identificado como Driss Oukabir - se entregou aos policiais e comunicou que seus documentos foram roubados e usados sem o seu conhecimento.
O chefe da polícia Josep Lluís Trapero disse que nenhum dos homens presos era o motorista da van.
A rede de televisão pública da Espanha RTVE também informou que o veículo usado no ataque foi alugado na cidade.
Uma segunda van ligada ao ataque foi encontrada na pequena cidade de Vic, ao norte de Barcelona, disseram as autoridades.
O autodenominado Estado Islâmico afirmou que o autor do ataque era um dos seus "soldados", de acordo com uma agência ligada ao grupo extremista. No entanto, não apresentou nenhuma prova.
BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jornal da Cultura | 17/08/2017


Assista a Pantera Cor de Rosa e o Jornal da Cultura de hoje. Aqui em Leia Mais Jornal da Cultura 17/08/2017

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Neymar e Chico: as vitrines traiçoeiras


A sociedade curte uma diversidade incrível de fantasias. Ela gosta de ídolos, inventa deuses, adora imagens. Diverte-se. A vida é dura, mas não custa procurar saídas e não morrer na desilusão. O capitalismo não descansa. Estamos vivendo períodos de intensas tensões e brincadeiras. A globalização não garantiu segurança. Existem muitas fronteiras armadas e uma farmácia em cada esquina. Cuidado para não entrar numa boca de fumo. Lá moram figuras espertas e alguns policiais conhecem as cartografias do lugar. O comércio está ágil, a comunicação é veloz. Os tempos estão nublados, pois a desconfiança ocupa territórios amplos.
No Brasil, só há ordem e progresso na bandeira. Ninguém se entende. Não esqueça que a lavagem de dinheiro ganhou um espaço monumental no universo das notas. Veja quanto custou Neymar? O futebol fez amizade com máfias bem administradas. Há grana que dá para encher qualquer palácio. Aparecem figuras que negociam com especializações sutis. Quem pode adivinhar o sentido das suas manipulações? A imprensa delira. As notícias correm o mundo, chegam nos desertos, dobram nos barracos das favelas, se deitam nas areias da praia. A França jogou fora memórias iluministas. Deixou Descartes tristonho, toma Revotril.
Não se aflija. O mundo se movimenta, ninguém se estabiliza e o amanhã talvez seja tenebroso ou mesmo maravilhoso para quem cultiva a mediocridade. Bolsonaro tem admiradores. Temer gasta seu estoque de Viagra e há doutores que julgam as delações premiadas a salvação do Brasil. Celebram a figura do Moro, criam altares, desconhecem a crítica. O fanatismo não cessa. Vivemos num messianismo que alcança distâncias imensas. Ele tem cores políticas misturadas, traz novas curvas de convivências, vibram com as mentiras. Quem  é culpado: Lula, Chico, Cunha, Maia, Neves? É um jogo de apostas  e raivas no coração.
Chico está sendo fulminado. Há quem o detone sem medo de enganos. Virou um machista desenganado ou um petralha que se encanta com Paris. Pouca atenção é dada às suas obras. Sumiram? É uma época de lavar tudo. Não é à toa que surgem negociatas, que a política investe na falcatrua. Quem se mostra descontente sofre torpedos. A lógica capitalista se insere até no afeto. Concentrações de riquezas, de invejas, de vaidades poluem o mundo. Neymar estreia com festa, torna-se um herói, representa a majestade. Cada um escolhe sua fortuna, sua alegria, seu analgésico. A loja de máscaras lucra, vende comprimidos de cinismo. Não nego: Neymar é craque e Chico, o poeta. Não tenho nada contra eles. São, profundamente, diferentes, mas inventores de magias Você quer ser mágico?
Por Paulo Rezende.
Publicado em 15/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Promotor de Bom Jardim não recebe comerciantes para falar sobre segurança

Associação comercial divulgou comunicado ao público. População quer ação das autoridades para garantir paz social e medida protetiva para menor infrator. 

Comunicado!!
A Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Bom Jardim comunica aos associados que uma representação composta por sete representantes de estabelecimentos comerciais compareceram e tentou, sem êxito, uma audiência sobre Segurança Pública com o Promotor Público, que comparece ao município as segundas e quintas - feiras. Na oportunidade, solicitamos para a próxima quinta - feira (17/08), a confirmar caso tenta vaga em agenda.
Diante das reuniões realizadas pela Associação Comercial com pauta exclusiva sobre o tema, solicitação de Audiência Pública aprovada na Câmara de Vereadores desde fevereiro e ainda não realizada, a Reunião promovida pelo Capitão PM Marcondes do Destacamento local com cem participantes entre comerciantes e populares, entrega de ofício ao Secretário Municipal de Administração, Comandante da PM, Vereadores, Rádio Cult – FM com sugestão em curto e médio prazo aprovadas em consenso e a situação agravada com arrombamentos, assaltos e furtos constantes e diários ao comércio e residências, a comissão apelou para o Juiz de Direito da Comarca, que prontamente atendeu e ouviu a preocupação coletiva, a quem a Associação agradece o atendimento sem agendamento.
Informamos ao Doutor Juiz de comentários das duas tentativas de assassinato que o foi vítima o “menor infrator” e que para própria segurança dele, o recolhimento para medidas socioeducativas seria a solução.
O Meritíssimo Senhor Juiz solicitou os registros do Fórum sobre as reincidências do (s) infrator (res) de assaltos e arrombamentos. Para surpresa de todos, inclusive do Juiz, só constava uma anotação do ano de 2015, embora vários comerciantes presentes testemunhassem terem registrado queixa formal na Delegacia de Polícia local.
A Comissão de Comerciantes foi aconselhada a procurar também o Delegado de Polícia Civil, que atende a população nas terças e quinta - feiras.
Desde já, convidamos todos da Comissão e outros associados para amanhã, às 09h00min horas, comparecerem a Delegacia de Polícia.
POR UM BOM JARDIM MAIS SEGURO PARA TODOS. 

Fonte: Associação Comercial de Bom Jardim - PE. 14 de agosto de 2017.
Publicado em 14/08/2017.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 13 de agosto de 2017

A extrema-direita está em ascensão nos EUA?


Membros da Ku Klux Klan em protesto em Charlottesville, neste semanaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionExistem dezenas de grupos afiliados à KKK nos EUA, de leste a oeste

A violência que tomou conta das ruas de Charlottesville, uma cidade universitária no conservador estado da Virgínia, nos EUA, no sábado, tem como pano de fundo o dramático aumento na proeminência de grupos de extrema-direita no país.
A eleição de Donald Trump para a Casa Branca é citada como um fator que reenergizou ativistas e grupos que não apenas rejeitam ideologias de esquerda, como também do establishment conservador.
Ao mesmo tempo, sites de mídia social colaboram para a promoção destas visões de mundo.
A organização em prol dos direitos civis Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora mais de 1,6 mil grupos com discurso de ódio no país, diz que os pensamentos de extrema-direita foram "os mais bem sucedidos" em ganhar espaço no discurso político dominante.
Mas quem são esses grupos? Quão populares são? E o que querem conquistar?
A BBC Brasil reúne algumas das mais agremiações mais proeminentes nos EUA hoje em dia.



Homem atropela manifestantes antirracismo em cidade dos EUA

Alt-right

Eles adoram provocar, deploram o politicamente correto e idolatram Donald Trump.
São conhecidos pelo termo alt-right - uma abreviação de alternative right, ou direita alternativa - que muitos críticos descrevem como nacionalistas brancos ressentidos pelo avanço dos direitos civis de negros, mulheres e gays nas últimas décadas.
O movimento existe principalmente online mas, como não requer afiliação formal, não é possível dizer quantos membros possui.
Segundo Allum Bokhari e Milo Yannopoulos, do site de extrema-direita Breitbart - influente na ideologia de Trump -, facções da alt-right incluem os "intelectuais", "conservadores naturais" e a "equipe de memes" - jovens ativistas dispostos a trollar os rivais nas mídias sociais.
Os pilares da ideologia são a "identidade branca" e a "civilização ocidental tradicional", segundo Richard Bertrand Spencer, que criou o termo em 2008. Liberdade, liberdade de expressão e o direito a ofender também estão na sua cartilha.
O crescimento da alt-right foi impulsionado pela campanha presidencial de Trump, no ano passado.
Em julho de 2016, então pré-candidato republicano à Casa Branca, Trump tuitou uma imagem de Hillary Clinton ao lado de uma estrela de seis pontas - parecida com a estrela de Israel - e a seguinte frase: "A Candidata Mais Corrupta da História!"
Ao longo da campanha, ele seria acusado de anti-semitismo, machismo, anti-islamismo e puro e simples racismo.



Supremacistas brancos e grupos antirracismo entram em confronto nos EUA

Ku Klux Klan (KKK)

O grupo supremacista branco mais temido da história americana foi formado por ex-Confederados após a Guerra da Secessão (1861-65), na qual os estados escravagistas do sul saíram derrotados.
A KKK se multiplicou no sul americano no início do século passado e daí se projetou nacionalmente. Membros encapuzados, marchando à luz de tochas e batendo às portas das casas de seus inimigos para "julgá-los" pelos seus crimes viraram uma ocorrência comum nessa época.
Durante esse turbulento período, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.
Além de discriminar contra afro-americanos, judeus e imigrantes, mais recentemente a KKK se posiciona contra gays, lésbicas e a população LGBT de forma mais ampla.
Tornou-se um movimento com o objetivo de evitar que esses grupos alcancem as mesmas liberdades e direitos civis que outros americanos. Suas facções o descrevem como "uma organização branca, patriótica e cristã enraizada na Ku Klux Klan do início do século 20."

Supremacistas brancos em marcha de extrema-direita em Charlotesville, na VirgíniaDireito de imagemREUTERS
Image captionSupremacistas brancos foram vistos usando uniformes militares e carregando armas

Segundo o Southern Poverty Law Center, há grupos afiliados à KKK em quase todos os Estados americanos, reunindo entre 5 mil e 8 mil membros.
No ano passado, o grupo disse que estava experimentando "um forte aumento no número de afiliados no Sul profundo", os rincões dos Estados sulistas americanos.

Neonazistas

Embora o nazismo original de Adolf Hitler não se retratasse nem como esquerda nem direita - propunha ser, segundo os historiadores, uma "terceira via" - os neonazistas de hoje se colocam assumidamente na extrema direita.
Com isso, compartilham ideais anti-semíticos e veneram a Alemanha nazista de Adolf Hitler. São protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana e decisões judiciais tomadas nas cortes americanas.
Em um caso proeminente, o Supremo americano invocou a Primeira Emenda para garantir o direito de um grupo neonazista de protestar na cidade predominantemente judia de Skokie, Illinois, portando suásticas.
Há diversos grupos neonazistas nos EUA, incluindo o Partido Nazista Americano e o Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês). O mais visível deles, porém, é a Aliança Nacional (NA), cujo braço Vanguard America participou dos eventos em Charlottesville.
Os números mais recentes estimam que havia 2,5 mil afiliados em 2012, embora uma reportagem no New York Times de 2011 falasse em 400.
Muitos deles estão na Virgínia, embora seu alcance chegue a 32 dos 50 Estados americanos. Segundo o SPLC, também aumentam os vínculos entre neonazistas europeus e americanos.

Outros grupos

Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês) - Fundado em 1994, é um dos maiores grupos neonazistas dos EUA, com braços em mais de 30 Estados.
Conselho de Cidadãos Conservadores: Fundado em 1985 e originado a partir de movimentos pró-segregação nos Estados do sul americano.
Partido da Liberdade Americano: Fundado em 2009, com origens na Califórnia. A agremiação defende uma agenda racista e anti-migratória.
Fonte: BBC Brasil.
Publicado em 13/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 12 de agosto de 2017

Ideias de satanás resistem


Supremacistas e nacionalistas carregam tochas em protesto em Charlottesville, VirginiaDireito de imagemREUTERS
Image captionProtestos carregando tochas marcam a história de grupos supremacistas como a Ku Klux Klan

Centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazistas e gritando palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.
Foi a cena - surreal, para muitos observadores - que desfilou aos olhos da pacata cidade uinversitaria de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.
O protesto, na noite da sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento "Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas, incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.
A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal.
Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano, buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados - o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de outro.

Cartaz contra a Ku Klux KlanDireito de imagemAFP
Image captionManifestantes contra o movimento abertamente fascista, que incluiu grupos supremacistas brancos como a Ku Klux Klan

Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas Importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação de "antifascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.
Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.
A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia não confirmou se houve presos.

Nazis

"Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim", afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma discussão com um dos membros do grupo opositor.
Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam tochas.

Tensão em protesto em Charlotteville, EUADireito de imagemREUTERS
Image captionManifestação rodeia grupo de anti-fascistas que tenta proteger a estátua do ex-presidente ameticano Thomas Jefferson

A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. "Eu aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento para a minha filha", afirmou o pai.
"Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", disse a mãe. A conversa foi interrompida por um homem forte e careca. "Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque dele!", afirmou, rindo, em referência ao repórter.
A família se afastou e se juntou ao coro, que cantava "Judeus não vão nos substituir". Os três seguravam tochas.
Outro homem afirmou que estava ali porque "têm o direito de se expressar".
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse escândalo?", questionou o homem a um grupo de jornalistas.
Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazista, enquanto era fotografado por fotojornalistas e gritava: "Vocês não vão nos substituir".
As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados confederados - derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.
Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.

Richard Spencer, fundador do termo alt-right, que estará presente nos eventos deste sábadoDireito de imagemREUTERS
Image captionRichard Spencer, fundador do termo alt-right, que estará presente nos eventos deste sábado

Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o ato. Mas as críticas à imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: "Não temos medo de 'fake news', seus mentirosos".
Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. "É pior do que a gente pensava. É muito pior. Isso vai virar um inferno."
"A negra está assustada!", gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.

Alt-right

O prefeito de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o ato como "uma parada covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância".
"A Constituição permite que todo mundo tenha o direito de expressar sua opinião de forma pacífica, então aqui está a minha: não só como prefeito de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da universidade de Virginia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e desprezível de intimidação visual em um campus universitário".
Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right, uma abreviação de "alternative right", ou "direita alternativa", em português. O grupo é acusado de racismo e antissemitismo e têm representantes no governo de Donald Trump.
Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. Em 8 de julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em Charlottesville.
Presidente de um organização que define como "dedicada à herança, identidade e ao futuro de pessoas de ascendência europeia nos EUA", Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a saudação "Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória", logo após a eleição do republicano.
Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o ativista negro Martin Luther King Jr. era uma "fraude" e um símbolo da "desconstrução da Civilização Ocidental".
Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam "se assimilando ao longo das gerações rumo à cultura e ao comportamento dos afro-americanos" e lamentou que o país estivesse se tornando diferente da "América Branca que veio antes". DE BBC.

"Sou nazista, sim": O protesto da extrema-direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e judeus. Fonte:BBC

Publicado em 12/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE