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terça-feira, 14 de novembro de 2017

7 coisas estranhas que podem acontecer enquanto você dorme



Mulher dormeDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAssociação internacional considera problemas para dormir uma 'epidemia global'

Todo mundo adora uma boa noite de sono, mas, para alguns, conseguir isso é mais complexo do que apenas apagar as luzes e fechar os olhos.
A Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM, na sigla em inglês) diz que problemas para dormir são uma "epidemia global" que afeta 45% das pessoas.
Conheça a seguir alguns eventos que podem ocorrer enquanto estamos dormindo e contribuir para esse fenômeno.

1. Paralisia do sono

Uma em cada 20 pessoas pode ter alucinações enquanto está dormindo ou ao acordar, ficando totalmente incapaz de se mover. A paralisia do sono ocorre durante a fase REM do sono, um estágio associado a sonhos vívidos.
Nele, nossos músculos ficam paralisados, possivelmente para nos impedir de nos movimentarmos conforme nos sonhos. Mas, na paralisia do sono, algo sai erradi e o cérebro acorda, mas o corpo não.
Quem passa por isso pode abrir os olhos e ver o que está ao seu redor, mas não consegue se mover, e vê imagens do sonho se confundirem com as do mundo real. O resultado pode ser aterrorizante: pessoas já descreveram sentir um medo profundo ou ver figuras sobrenaturais.

2. Sonhos recorrentes


Mulher em sonhoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPor meio dos sonhos, nosso subconsciente processa experiências

Sonhos são uma forma do nosso subconsciente reavaliar e processar experiências, então, um sonho recorrente pode indicar um assunto mal resolvido na vida. Se ele cessa, o conflito pode ter sido solucionado.
Um tema comum desse tipo de sonho é estar nu em uma situação inapropriada, o que pode indicar que uma pessoa está preocupada em ficar exposta em um determinado contexto social.

3. Síndrome da cabeça explosiva

Costuma ocorrer quando a pessoa está adormecendo ou despertando. Conforme cai no sono, parece ouvir um barulho extremamente alto, muitas vezes uma "explosão" ou sons de fogos de artifício, gritos ou portas batendo.
Às vezes, isso vem acompanhado por um flash. Trata-se de uma alucinação que acorda a pessoa de repente.

4. Espasmos hipnagógicos

Enquanto adormecemos, uma súbita sensação de que estamos caindo nos desperta rapidamente. A causa dessa contração involuntária dos músculos ainda não é um consenso, mas uma das teorias aponta para nossos ancestrais primatas.

Homem caindoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA sensação de queda enquanto adormecemos é fruto de uma contração involuntária dos músculos

Seria um instinto primitivo que nos indica que relaxar os músculos nos fará cair de uma árvore?

5. Falar dormindo

Alguns de nós gostam de bater papo durante a noite, mesmo se estão dormindo. Quem fala durante o sono normalmente não sabe que está fazendo isso.
O que é dito pode ser desde algo coerente e complicado a completas baboseiras. Isso pode deixar a pessoa envergonhada ou irritar seu parceiro.
Vale lembrar que normalmente o que é dito durante o sono não é considerado como produto de uma mente consciente e racional e não costuma ser levado em consideração para fins legais.

6. Sonambulismo

Uma pessoa costuma caminhar ou realizar outras tarefas enquanto dorme em um período de sono profundo. A causa desse fenômeno é desconhecida, mas parece ser algo transmitido entre as gerações de uma família. É mais comum nos mais jovens: 20% das crianças têm sonambulismo ao menos uma vez.

SonâmbuloDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionApesar do sonambulismo ser bastante comum, sua causa ainda é desconhecida

Apesar dos sonâmbulos fazerem normalmente coisas simples e repetitivas, com sentar na cama, abrir armários ou se vestir, já houve casos em que dirigiram, assaltaram a geladeira e até mesmo subiram em um guindaste.

7. Síndrome das pernas inquietas

Enquanto dorme, a pessoa faz movimentos repetidos, com frequência usando os membros inferiores, em intervalos regulares, de normalmente 20 a 40 segundos. Esses pequenos espasmos podem ocorrer ao longo de alguns minutos ou até mesmo por várias horas. As pessoa não sabe até ser informada por alguém.
A causa ainda é desconhecida, mas cientistas acreditam ser algum mecanismo do sistema nervoso. Ainda que não seja uma condição grave, pode deixar a pessoa cansada durante o dia, porque seu sono é interrompido sistematicamente.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 12 de novembro de 2017

Saúde: conheça sobre a mente



Ilustração do cérebro


BBC.
O cérebro humano é estudado há séculos, mas ainda se sabe muito pouco a respeito deste "supercomputador".
A complexidade do órgão acabou estimulando o surgimento de diversas crenças populares sobre a mente.
Selecionamos a seguir uma lista de seis mitos que costumam ser propagados:

1 - Você usa apenas 10% do cérebro

Uma simples ressonância magnética pode acabar com essa teoria. Cientistas já provaram que nós usamos mais de 10% do cérebro ao executar simples tarefas – como falar.
A origem do mito pode estar relacionada ao estudo clássico de William James, The Energies of Men (1908), no qual o psicólogo afirma que utilizamos apenas uma pequena parte da capacidade mental. No entanto, ele não especifica a porcentagem.
Outra explicação pode ser a falta de compreensão em relação ao complexo campo da neurociência. Os neurônios da massa cinzenta são responsáveis pelo poder de processamento do cérebro e correspondem a uma em cada dez células cerebrais.


Ilustração do cérebro
Image captionEstudos mostraram que usamos mais de 10% do cérebro mesmo em tarefas mais simples | Foto: Thinkstock

As outras células, conhecidas como células gliais (massa branca), oferecem apoio e nutrição aos neurônios, mas não ajudam no poder de processamento. A teoria de que seria possível aproveitar as células gliais e capacitá-las para desempenhar o papel do neurônio é pura fantasia. Então se alguém disser para você "usar todo o seu cérebro", responda que você já está fazendo isso.

2 - Você pode aprender línguas dormindo

Outra crença comum é sobre a capacidade de aprender uma língua durante o sono. Ao deitar, bastaria colocar um CD com aulas de francês, por exemplo, e, pronto! Absorveríamos todo o conteúdo enquanto dormimos.
A eficácia da técnica tem sido contestada, no entanto, desde o experimento de Charles Simon e William Emmons (1956), que não encontrou qualquer evidência de que seria possível aprender algo durante o sono.
Já o estudo de Thomas Schreiner e Björn Rasch (2014) mostrou que ensinar palavras em holandês durante um movimento ocular mais lento ou ao acordar melhora a capacidade de memorizar o vocabulário. Ainda assim, a margem de melhoria foi pequena. Ou seja, os métodos tradicionais ainda são os mais recomendados para o aprendizado de idiomas.

3 - Ouvir Mozart torna a criança mais inteligente

O termo "efeito Mozart" surgiu a partir de um artigo publicado pela Universidade da Califórnia em 1991, que detalhava um estudo feito com 36 estudantes. Os que ouviram Mozart por 10 minutos antes de uma atividade mental – que tinha como objetivo testar uma habilidade visual espacial específica – se saíram melhor do que aqueles que haviam aguardado em silêncio.
Apesar da limitação óbvia da pesquisa, que contou com um número pequeno de participantes – e do fato de que nenhum deles era criança –, o resultado inspirou o surgimento de diversos produtos destinados aos pais e que foram colocados à venda com a promessa de potencializar a inteligência de seus filhos.
Em 2010, uma análise de vários estudos constatou que ouvir música ou outro tipo de conteúdo teria um impacto num curto prazo na capacidade de manipular formas mentalmente, mas não encontrou evidências para sustentar um possível impacto no quociente de inteligência (QI) das pessoas.

4 - Você pensa com o lado direito ou esquerdo do cérebro?

Se você acredita que tem um cérebro "intuitivo", porque usa mais o lado direito, ou "analítico", por acionar mais o hemisfério esquerdo, está enganado. A teoria de que um dos lados do cérebro tem influência significativa na personalidade da pessoa é um mito.
É verdade que algumas funções cerebrais encontram um suporte maior em determinado hemisfério do cérebro. Um exemplo é o idioma, controlado predominantemente pelo lado esquerdo. No entanto, aspectos da comunicação, como a modulação de voz, são guiados por regiões do lado direito. Ou seja, um simples bate-papo provoca reações complexas em ambos os lados.


Cérebro
Image captionA teoria de que um lado do cérebro influencia a personalidade é simplesmente um mito | Foto: Science Photo Library

A tecnologia moderna oferece uma visão mais precisa que contradiz crenças históricas. Um estudo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, divulgado na publicação científica Plos One, examinou cada par de 7.266 regiões do cérebro em mais de mil indivíduos, enquanto eles executavam pequenas tarefas.
O estudo não encontrou, no entanto, evidências claras para sugerir que os participantes estavam usando fortemente o lado esquerdo ou direito.
Como seres humanos, temos tendência a agrupar objetos ou pessoas em conjuntos ou categorias que nos ajudem a organizar e entender o desconhecido. É essa tendência humana que pode ter influenciado a propagação deste mito tão popular.

5 - Álcool mata células do cérebro

Acordar com a cabeça latejando após uma noite de bebedeira pode dar a impressão de que o álcool destruiu milhares de células do seu cérebro, mas a boa notícia é que isso provavelmente não aconteceu.
Grethe Jensen (1993) comparou amostras de neurônios de pessoas que bebiam álcool e que não bebiam. Os resultados não apresentaram diferenças perceptíveis no número ou na densidade de células do cérebro.
Pesquisas sugerem, no entanto, que apesar de o álcool não matar as células, ele pode ter um impacto negativo significativo no comportamento delas, alterando as ligações entre os neurônios no cérebro, o que afeta a forma como as células se comunicam entre si.
Um estudo publicado na revista Neuroscience também descobriu que quantidades moderadas de álcool alteram a produção de novos neurônios no hipocampo de um adulto, um processo chamado neurogênese - o que pode ter efeito na aprendizagem e na memória.


Copos de cerveja
Image captionUm estudo não detectou diferenças perceptíveis nas células do cérebro de quem bebe e de quem não bebe | Foto: iStock

6 - Dano cerebral é sempre permanente

A gente costuma ouvir que qualquer dano cerebral é permanente. Mas um dos feitos notáveis deste órgão é que, em certas circunstâncias, é possível que ele consiga recuperar uma lesão, dependendo da localização e da gravidade.
Uma concussão pode ser uma interrupção temporária das funções do cérebro, mas, desde que não haja traumatismo posterior na cabeça, o cérebro pode se recuperar completamente.
O cérebro também pode se adaptar a lesões ainda mais graves em um processo chamado neuroplasticidade, que se refere à capacidade do cérebro de redirecionar suas funções desativadas por condições mais sérias, como um acidente vascular cerebral.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

JEJUM É MUITO MELHOR DO QUE COMER A CADA 3 HORAS


Parece que o jogo virou. Especialistas do mundo inteiro estão indo na contramão da crença popular de que comer de 3 em 3 horas é a melhor forma de se alimentar.
O jejum quando acompanhado por um profissional, está ganhando destaque entre as dietas saudáveis, como falamos nesse texto (inclusive a Bela Gil aprova).
Mark Mattson, chefe do Laboratório de Neurociência do Instituto Nacional de Envelhecimento e professor na Universidade Johns Hopkins, foi além e revelou em uma das palestras do TEDx que, além de não prejudicar nossa saúde, passar longos períodos sem comer pode trazer benefícios gigantescos ao nosso cérebro!
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De acordo com o especialista, os benefícios do jejum podem ser comparados aos benefícios que a prática de atividades físicas traz ao corpo humano.


As diversas pesquisas realizadas por Mattson e sua equipe apontaram que a restrição alimentar e calórica aumenta a produção de fatores neurotróficos que promovem o crescimento de neurônios, melhorando a conexão entre eles e dando mais força para as sinapses.

Como assim, Brasil?

Quando você está com fome e não se alimenta, o cérebro meio que entra em um estado de alerta, fica mais ativo e começa a desencadear reações para se adaptar a essa realidade. Basicamente é a mesma coisa que acontece aos animais quando passam longas horas ou até dias em jejum atrás da caça – afinal, somos animais também.
Uma dessas reações de adaptação feitas pelo cérebro humano no período de jejum é o aumento da produção de mitocôndrias nos neurônios. Essa alteração faz com que a habilidade dos neurônios de se conectarem também aumente, o que acaba promovendo uma melhor absorção de informações, favorecendo o aprendizado e a memória, revela Mattson.
Além disso, a prática dessa dieta, segundo este estudo publicado no site científico The American Journal of Clinical Nutrition, está associada à redução de doenças cardiovasculares, câncer e ainda no tratamento de diabetes.
E mais, de acordo com o especialista, estudos feitos pela Universidade do Sul da Califórnia constataram que o jejum, além de proteger nosso sistema imune, ainda é capaz de regenerá-lo.
No período que passamos sem nos alimentar, nosso corpo começa a poupar energia e assim, ele acaba “matando” algumas células imunes velhas que não estão mais trabalhando corretamente. Depois de tirar todas do nosso organismo, quando a gente se alimenta novamente, cria-se novas células imunes, novinhas em folha.
Ou seja, o jejum acaba fazendo uma “faxina celular” no organismo, jogando as velhas fora e criando, a partir das células tronco, novas células, prontinhas para turbinar o funcionamento do nosso corpo, capazes até de reparar nosso DNA.
BCL Nutrition
De acordo com o neurocientista, todas essas alterações no nosso organismo e cérebro são capazes de prolongar nossa vida e ainda retardar ou evitar o aparecimento de doenças degenerativas, como o Alzheimeir e o Parkinson, por exemplo.
“Desafios para o cérebro, seja por jejum intermitente ou exercício vigoroso… é um desafio cognitivo. Quando isso acontece circuitos neurais são ativados, níveis de fatores neurotróficos aumentam, e isso promove o crescimento de neurônios e a formação e fortalecimento das sinapses. Nós não poderíamos prever que o jejum prolongado poderia ter um efeito tão impressionante na promoção de regeneração baseada em célula tronco” – revelou Mark Mattson.

Se são tantos benefícios, por que parece tão errado ficar sem comer?

Antes de tudo, é preciso deixar bem claro que a prática dessa dieta e todos os benefícios que ela pode trazer a nossa saúde só são reais quando tudo é feito com acompanhamento profissional. Parar de comer sem a orientação de um nutricionista pode levar a uma defasagem de vitaminas e o que era para te fazer bem, pode tomar proporções terríveis para sua saúde.
Existem várias formas de seguir essa restrição alimentar, como o modelo “5 por 2”, que consiste em fazer o jejum por algumas horas durante dois dias da semana e nos outros cinco dias, comer normalmente. E de fato, não é necessário passar 24 horas completamente em jejum.
Conforme explicamos neste texto, especialistas sugerem reservar algumas horas do dia, preferencialmente a noite, por exemplo, não se alimentar das 7 da noite até as 7 da manhã.
Pode parecer bastante difícil, mas, conforme o neurocientista explicou em sua palestra, esse é um novo “hábito” que deve ser inserido na sua rotina aos poucos. Com o tempo fica fácil nos adaptarmos ao jejum.

Mas então, por qual motivo essa história de comer de 3 em 3 horas é tão difundida?

O neurocientista tem a resposta na ponta da língua: é bom para os negócios!
De acordo com Mattson, tanto a indústria farmacêutica quanto a alimentícia não pouparam esforços para difundir essa informação. Conforme aponta o especialista, se todos soubessem dos reais benefícios de passar algumas horas sem se alimentar, toda a grana que gira em torno da nossa alimentação sofreria grandes alterações. Ou seja, poderosos perderiam dinheiro. Muito dinheiro.
Imagine se as pessoas que sofrem com essas doenças citadas, como as cardiovasculares, diabetes ou doenças degenerativas, tomassem conhecimento de que uma mudança na rotina de alimentação pode tratar todos os males. Certamente elas iriam menos à farmácia, logo a indústria farmacêutica perderia dinheiro.
Sem contar que esse esquema “Tele-Sena” (comer de 3 em 3 horas), faz com que o consumo de comidinhas rápidas (barrinhas, lanchinhos e afins) aumente significativamente. Sem esse sistema, a indústria alimentícia perderia uma boa parcela do mercado.
Diversos especialistas questionam a validade das pesquisas científicas financiadas justamente por essas indústrias. Inclusive em sua palestra (veja o vídeo ao final desse artigo) Mark Mattson diz que os resultados sobre os benefícios da alimentação de 3 em 3 horas estão nessa lista de estudos duvidosos. O documentário “What The Health“, disponível na Netflix, detalha como esse financiamento funciona – vale assistir!
Além deste estudo, publicado no site científico NBCI, ter revelado que realmente comer a cada três horas não favorece nosso metabolismo e pode até favorecer o aumento do peso, Yoshinori Ohsumi, biologista celular e Nobel de Medicina em 2016, também constatou que o jejum é um arma poderosa à favor da saúde.

Neste estudo, feito por Ohsumi, foi comprovado a renovação celular e os benefícios diversos da dieta restritiva, já citados por Mattson em sua palestra ao TEDx.
Chamando essa reação de “Autofagia”, o estudo feito pelo ganhador do Nobel de Medicina criou grande polêmica ao comprovar que ficar um tempo sem comer elimina as células ruins do organismo e posteriormente cria células novas, mais eficazes para o bom funcionamento do nosso corpo, além de ser eficaz no combate dos malefícios do envelhecimento e na cura de doenças degenerativas.
Ou seja, não faltam estudos e especialistas renomados apoiando o jejum como uma poderosa ferramenta para nossa saúde. Se ficou com vontade de começar esse novo “desafio”, é preciso ser responsável. Em hipótese alguma pare de comer sem a supervisão de um nutricionista.

Veja abaixo a palestra completa de Mark Mattson (em inglês, mas dá pra ativar a legenda em português):

Fonte(s): Tema Livre, Resiliência Mag, Vix, TEDx Talks - Youtube
Imagem de capa: inygy
Fonte: sossolteiros.bol
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Dr. Drauzio Varella falará sobre estresse durante palestra em Vitória de Santo Antão


As causas e efeitos do estresse no comportamento da sociedade serão foco da palestra do médico Drauzio Varella, no dia 22 de novembro, em Vitória de Santo Antão, na Mata Norte do Estado. Ele será o palestrante principal da ExpoFacol 2017, que será realizada até o dia 24 de novembro na Faculdade Escritor Osman da Costa Lins (Facol).

A programação do evento inclui debates, minicursos e exposição de projetos. O objetivo é promover a interação entre pesquisadores, estudantes e profissionais de áreas diversas para fomentar o conhecimento e a inovação. As inscrições custam R$ 150,00 e podem ser feitas no site do evento.

Leia também:
Pesquisadores de SP e Texas estudam causas do estresse crônico em crianças
PE-73, na Zona da Mata Sul, sofre com falta de sinalização e buracos

Também participarão do evento o especialista em Relações Internacionais e cônsul da República de Malta no Recife, Thales Castro; o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região, Sérgio Torres Teixeira , e o músico e professor Silvério Pessoa, que fará uma aula-show no encerramento.

ServiçoExpoFacol 2017 – Congresso Multidisciplinar
FACOL – Faculdade Osman Lins, Vitória de Santo Antão/PE
22 à 24 de novembro
Preço: R$ 150,00
Com FPE
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 22 de outubro de 2017

Maneiras de treinar seu cérebro a lidar com a ansiedade, mal que afeta 13 milhões de brasileiros


AnsiedadeDireito de imagemGETTY IMAGES
Image caption'Há pessoas que se preocupam com cada ponto de suas vidas e não conseguem se livrar disso', explica especialista

Sofrer com a ansiedade é mais comum do que muitos imaginam: somente no Brasil, cerca de 13,3 milhões de pessoas têm distúrbios de ansiedade, doença que atrapalha relacionamentos, desempenho profissional e o bem-estar físico e emocional do indivíduo.
No ano passado, 6,4% da população brasileira sofria com transtornos do tipo, bem mais que a média global, de 3,9%, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas o que é um transtorno de ansiedade e como diferenciá-lo da ansiedade natural? De acordo com Olivia Remes, doutoranda e pesquisadora do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, transtornos de ansiedade generalizada são caracterizados por sensações frequentes de medo, inquietação, e de "sentir-se no limite".
"Quando uma pessoa tem um prazo apertado ou uma emergência no trabalho, ela se sente ansiosa e isso é normal. Mas há pessoas que se preocupam com cada ponto de suas vidas e não conseguem se livrar disso", explica. "Pessoas com esse transtorno se preocupam muito mais frequentemente e com mais intensidade que aquelas com uma boa saúde mental."
Apesar dos distúrbios de ansiedade serem um problema sério, que muitas vezes demanda acompanhamento com especialistas, é possível desenvolver habilidades para lidar com o transtorno.
Abaixo, Remes compartilha diferentes estratégias para enfrentar o problema, com base em um estudo recente que liderou.

1 - Monitore os seus pensamentos

Quem sofre com transtornos de ansiedade geralmente se vê tomado por pensamentos negativos que invadem a mente sem aviso. "Pessoas com transtornos de ansiedade são pessimistas. Elas acreditam que algo ruim está prestes a acontecer, mesmo que não haja nenhuma evidência que aponte para isso. Elas temem o futuro e acham muito difícil evitar esse tipo de preocupação", descreve a pesquisadora.

Homem em espiralDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionQuem sofre com transtornos de ansiedade geralmente se vê tomado por pensamentos negativos que invadem a mente

Para contornar tal situação corriqueira aos ansiosos, Remes sugere não lutar contra os pensamentos negativos, mas escolher uma hora do dia como o "momento da preocupação" e se permitir um período limitado de tempo para ruminar. Como exemplo, Remes recomenda designar o horário das 16h para as preocupações e dar a si mesmo 20 minutos para preocupar-se.
"A literatura psicológica mostra que nossos pensamentos murcham se não os alimentamos com energia. Ao empurrar esses pensamentos para um outro momento do dia, quando você chegar no momento designado para a preocupação, eles talvez não pareçam tão confusos ou preocupantes como pareciam quando brotaram em sua mente pela primeira vez", explica Remes.

2. Faça atividades físicas e pratique meditação

A famosa citação latina "uma mente sã num corpo são" não é gratuita. Saúde mental e física são codependentes, afirma Remes, e a prática de exercícios físicos é um aliado essencial para o bem-estar psíquico. Em conjunto com exercícios regulares, a meditação consciente também pode ajudar mentes ansiosas.
Um estudo da Universidade de Nova Jersey, publicado recentemente na revista Nature, mostrou que apenas duas sessões semanais de meditação e atividades físicas, de 30 minutos cada, reduziram drasticamente sintomas depressivos nos 52 participantes da pesquisa. Os pesquisadores concluíram que, ao cabo de oito semanas, além de auxiliar aqueles com depressão, a prática também poderia ser útil para aqueles que tendem a ruminar pensamentos, algo comum entre os ansiosos.
"Eu realmente fiquei muito surpresa com esse estudo, com o quanto essas mudanças de hábito podem ter um impacto tão grande", afirma Remes. "Quando você se exercita, você diminui seus níveis de ansiedade e você tem mais energia. Você simplesmente se sente melhor como um todo", aponta.

3. Encontre um propósito - nem que seja cuidar de seu animal de estimação

Em 1946, o médico austríaco Viktor Frankl publicou o livro Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração, no qual narrou suas experiências como prisioneiro em Auschwitz. Frankl também analisa a resposta psicológica de diferentes prisioneiros expostos ao campo de concentração nazista e argumenta que encontrar sentido no cotidiano é uma forma de lidar com a adversidade.

Olivia Remes
Image captionEstudo de Remes notou que pessoas com senso de coesão, de propósito e que enxergavam sentido em suas vidas, tinham menos distúrbios de ansiedade

De acordo com Remes, pessoas com distúrbios de ansiedade muitas vezes não conseguem identificar um propósito claro em suas vidas e nem sempre acreditam que vale a pena investir esforços para endereçar os desafios que encontram. Em seu estudo recente sobre níveis de ansiedade em mulheres que vivem em situações de privação econômica, Remes encontrou que aquelas que tinham senso de coesão, de propósito e que enxergavam sentido em suas vidas, tinham menos distúrbios de ansiedade, mesmo vivendo situações difíceis.
Para a pesquisadora, as lições de Frankl, mesmo extraídas de uma experiência dramática, são um mecanismo útil para aqueles que sofrem com ansiedade. "Nos relatos de Frankl, um traço de personalidade que diferenciava os prisioneiros eram aqueles que conseguiam manter um propósito mesmo naquela situação. Para um era saber que sua filha o aguardava, então ele precisava sobreviver para ela e isso lhe deu esperança. Para outra, era saber que ela tinha um trabalho importante para finalizar", afirma.
No cotidiano, ter a sensação de que você é necessário para a vida de outra pessoa ou para uma atividade específica auxilia na construção de propósito. Tal senso de conexão pode ser traduzido em atividades de voluntariado, em cuidados com um familiar enfermo, na educação de uma criança ou mesmo nos cuidados com um animal de estimação, aponta Remes.
"Quando você coloca seu foco em algo além de você, esse ato te ajuda a dar um tempo de si mesmo", explica. "Ter outras pessoas em mente é muito importante, porque torna um pouco menos penoso passar pelos momentos mais difíceis."

4. Veja o lado bom da vida (por mais que isso seja desafiador)

Por mais clichê que possa soar, adotar uma atitude positiva perante à vida, com foco nos aspectos bons ao invés dos ruins, é essencial para lidar com a ansiedade. Para domar a mente e espantar os pensamentos negativos, Remes recomenda olhar para elementos que te dão prazer, ao invés daqueles que te irritam ou que te deprimem.
Embora controlar quais pensamentos te veem à mente seja impossível, é possível dialogar com eles uma vez que se fazem presente. Se, ao chegar em um ambiente, algo negativo te chamar a atenção, busque encontrar algo que seja positivo. Se no caminho para o trabalho o trânsito estiver estressante, busque ouvir uma música que te conforte - ou mesmo mude a maneira de se deslocar ao trabalho. Essa atitude positiva perante os pequenos momentos da vida tendem a reverberar também no bem estar emocional do indivíduo, aponta Remes.

Pensar positivamenteDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSe, ao chegar em um ambiente, algo negativo te chamar a atenção, busque encontrar algo que seja positivo

Nas situações em que pensamentos negativos intensos invadem a mente, focar em outras atividades do corpo, como a respiração, também é uma forma de amenizar seus efeitos. "Reconheça que esses pensamentos catastróficos que vêm à mente, que te fazem se sentir péssimo, são apenas eventos mentais que irão passar", diz Remes.

5. Viva no presente

A prática de ruminar pensamentos e ser constantemente tragado por memórias do passado tende a alimentar a ansiedade. Preocupar-se com o que pode ocorrer no futuro também pode deixar o indivíduo mais ansioso. Embora muitas vezes esses pensamentos sejam difíceis de controlar, Remes aponta que é importante manter um foco constante no que você está fazendo agora.
"Estudos mostram que, quando nós vivemos no passado, revivendo memórias antigas, essa atitude nos deixa depressivos e menos felizes. Na verdade, ficamos mais felizes quando vivemos no momento presente. Se você está trabalhando, simplesmente foque naquilo que você está fazendo. Simplesmente viva no presente", diz.

6. Busque terapia

Nem sempre é possível lidar sozinho com distúrbios de ansiedade, e a terapia é uma grande aliada para melhorar a saúde mental. Em casos assim, uma possibilidade é a terapia cognitivo-comportamental, cujo princípio básico é buscar uma postura construtiva do paciente.
Nesse sistema de psicoterapia, a hipótese central aponta que a forma como entendemos eventos internos e externos - e não o evento em si - é que determina nossas respostas emocionais e comportamentais.
De acordo com Remes, a solução é preferencial ao consumo de medicamentos, quando for possível optar. "Em muitos casos, medicamentos não funcionam, ou funcionam apenas no curto prazo e os problemas retornam depois de um tempo", aponta. Para a pesquisadora, trabalhar para desenvolver habilidades de enfrentamento à ansiedade e buscar terapia são as melhores formas de lidar com o transtorno.
Professor Edgar Bom Jardim - PE