segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dominguinhos continua lutando pela vida


Músico, de 72 anos, está internado há cinco meses. Filho e mulher de sanfoneiro divergem sobre administração dos bens dele.

A lembrança da infância. “Quando ele morava com a gente, ainda garoto, ele já acordava tocando”, lembra Mauro Moraes, filho de Dominguinhos.
E os dias de hoje. “Agora ele pega em mim e fica fazendo como se estivesse tocando sanfona”, conta a mulher de Dominguinhos, Guadalupe Mendonça.

A segunda mulher e o filho do primeiro casamento sabem que a sanfona está fazendo falta para Dominguinhos. Há cinco meses o músico, de 72 anos, está internado em um quarto, no quinto andar de um hospital em São Paulo, longe das festas juninas do Nordeste.

“Nós lotávamos aquelas praças enormes com essa sequência de luxo, a delícia daquelas plateias nordestinas”, lembra o músico Zé Ramalho.

A famosa festa de São João de Caruaru, em Pernambuco, que sempre teve Dominguinhos, começou este fim de semana sem ele. A banda Mastruz com Leite lembrou do sanfoneiro.

Dominguinhos ficou conhecido depois que passou a tocar com Luiz Gonzaga, ainda na adolescência. Em uma entrevista, o músico se recordou de um elogio de Gonzagão.

“Eu estava gravando forró no estúdio com ele, e ele me apresentou à imprensa como o herdeiro artístico dele”, contou.

A última vez que o sanfoneiro subiu em um palco foi no dia 13 de dezembro de 2012, em Exu, Pernambuco, em uma homenagem aos 100 anos do nascimento de Gonzaga. Quatro dias depois, Dominguinhos foi internado em Recife, com infecção respiratória. Teve pelo menos cinco paradas cardíacas. Em janeiro, foi transferido para São Paulo. Os médicos dizem que Dominguinhos está melhorando.
Há cinco meses ele tinha uma infecção generalizada, insuficiência cardíaca e arritmia, usava um marca-passo, os rins não funcionavam, ele fazia hemodiálise e respirava com a ajuda de aparelhos.

Segundo o hospital, Dominguinhos já não usa mais marca-passo e se curou da infecção. Os rins voltaram a funcionar, e ele não precisa mais do respirador artificial. Mas, na parte neurológica, Dominguinhos mantém apenas uma consciência mínima, responde a alguns estímulos e consegue manter os olhos abertos.

“Eu tenho momentos de interação com ele, como quando ele começou a movimentar as mãos e me puxar. Ele puxa você para ele e chora, mas não pode falar”, descreve Guadalupe Mendonça.

Mauro e Guadalupe, que também foi companheira de banda de Dominguinhos, estão sempre no hospital, mas não se falam. Mauro pediu na Justiça a interdição do pai.
“O processo de interdição visa a manutenção da integridade daquela pessoa, da integridade do patrimônio daquela pessoa, porque a gente sabe que o processo é delicado, que os custos com a manutenção da saúde dele muito provavelmente serão altos”, explica a advogada de Mauro, Rita de Cassia Wiechnann.

O filho do sanfoneiro é contra Guadalupe ser a responsável pela administração dos bens de Dominguinhos. Mas ela mostra várias procurações que recebeu do artista.

“Dá direito a tudo: abrir conta, fechar conta, fazer tudo. Jamais usei indevidamente”, afirma Guadalupe Mendonça, explicando uma das procurações.

“Tudo bem que foi ele quem passou essa procuração para ela, mas eu não concordo porque a mulher não mora mais com ele, ela está separada há muitos anos”, justifica Mauro Moraes.

“Eu sou casada com Dominguinhos, mas a gente achou melhor morar separados”, diz Guadalupe Mendonça, confirmando ainda que eles não convivem mais como marido e mulher.

Depois de receber a equipe do Fantástico em casa, Guadalupe procurou o programa. Tinha mudado de ideia e não queria mais que a entrevista fosse ao ar. Mas o Fantástico avaliou que a participação dela era necessária como contraponto às declarações do filho de Dominguinhos.
Em um ponto, Mauro e Guadalupe concordam.

“Eu desejo para o Dominguinhos amigos leais, saúde, a recuperação dele”, diz Guadalupe Mendonça.

“A coisa que eu mais quero no mundo é, de repente, ele acordar e dizer ‘meu filho’ com aquele jeito dele”, diz Mauro Moraes.

Não é só o talento. Dominguinhos também conquista pelo carisma.

“É um ser humano de uma docilidade incrível, de uma elegância também fantástica, um humor apurado”, descreve a cantora Elba Ramalho.

Zé Ramalho lembra que Dominguinhos aprendeu a tocar sozinho.

“A musica teórica, a pauta musical, não tinha a mínima importância para ele. Ele chamava de desenhos e achava engraçados aqueles riscos. Dominguinhos toca qualquer tipo de ritmo: xote, jazz, improviso de choro”, diz Zé Ramalho.

“Eu já disse: ‘Levanta daí, Dominguinhos, e vem para o palco. A gente está aqui te esperando’”, conta Elba Ramalho.

“Dominguinhos, você nunca vai ficar só porque todo mundo está aí esperando pela sua recuperação”, declara o cantor Alceu Valença.


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sábado, 1 de junho de 2013

A beleza da Caatinga

       Fotógrafo e biólogo Carlos Eduardo Beserra Nobre revela a caatinga pernambucana a partir dos insetos

Desde 2011, o biólogo recifense Carlos Eduardo Beserra Nobre desmitifica o universo da caatinga, estereotipado em cenários secos e sem vida. Em incursões pelo Sertão pernambucano, com uma câmera fotográfica pendurada no pescoço, Carlos Eduardo vai revelando episódios da vida animal. É especialista em lepidópteros, ordem de insetos que inclui as borboletas e mariposas. Daí o nome do blog onde expõe suas imagens sertanejas: Vidas Breves (vidas-breves.blogspot.com). “Elas vivem, em média, 15 dias apenas”, conta o biólogo. “E também tem o sentido de vidas breves, abreviadas. Pela destruição de ecossistemas, pela ação humana”.

As fotos são tiradas com uma lente macro acoplada à câmera digital. No início, quando fazia o mestrado em biologia animal, na Universidade Federal de Pernambuco, entre 2005 e 2007, a intenção era documentar. Aos poucos o trabalho virou arte. O objetivo é mostrar os detalhes das carapaças, das asas, é explorar as cores. Os animais parecem mais vivos nas fotos do que em seu próprio habitat, árido até para eles. “Ainda há poucas pesquisas na caatinga, é o ecossistema brasileiro menos estudado. Não sabemos bem que estratégias esses animais utilizam para sobreviver nesses ambientes, mas eles conseguiram se adaptar”, diz Carlos Eduardo. Confira, a seguir, imagens selecionadas especialmente para a Aurora. DP
Lagarta de Agraulis vanillae (borboleta)
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Cirandeiros e cirandeiras. Assista ao Vídeo

"Projeto História, Cultura e Patrimônio"
No passado, dançar ciranda era uma forma de encontrar e pegar a mão da pessoa amada.  Ciranda, uma dança que aproximava corações apaixonados.

Ciranda é... música, ritmo, linguagem, cultura, poesia, história, sociologia, antropologia, alegria, tradição que segue... Ciranda é qualidade de vida, tecnologia social  e humanidades...
Esse é o ritmo das aulas práticas de arte com o Professor Edgar S. Santos, na EREM  Justulino F. Gomes,  com assessoria de Paulo Roberto. Bom Jardim, teve no passado vários grupos de ciranda que animavam festividades na cidade e nas comunidades rurais. O "Projeto, História , Cultura e Patrimônio" resgata essa importante brincadeira alegre e democrática. 
 Jovens são estimulados a conhecer, sentir, vivenciar e valorizar a cultura regional.


Fique por dentro CIRANDA

Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco




 
É uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco. Uma das cirandeiras mais conhecidas é a Lia de Itamaracá. Surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte do Estado. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também.
Há várias interpretações para a origem da palavra ciranda, mas segundo o Padre Jaime Diniz, um dos pioneiros a estudarem o assunto, vem do vocábulo espanhol zaranda, que significa instrumento de peneirar farinha e que seria uma evolução da palavra árabe çarand.
A ciranda, assim como o coco em Pernambuco, era mais dançada nas pontas-de-rua e nos terreiros de casas de trabalhadores rurais, partindo depois para praças, avenidas, ruas, residências, clubes sociais, bares, restaurantes. Em alguns desses lugares passou a ser um produto de consumo para turistas.

É uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema. Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra menor no interior da roda maior.

Os participantes são denominados de cirandeiros e cirandeiras, havendo também o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Voltados para o centro da roda, os dançadores dão-se as mãos e balançam o corpo à medida que fazem o movimento de translação em sentido anti-horário. A coreografia é bastante simples: no compasso da música, dá-se quatro passos para a direita, começando-se com o pé esquerdo, na batida forte do bombo, balançando os ombros de leve no sentido da direção da roda. Há cirandeiros que acompanham esse movimento elevando e baixando os braços de mãos dadas. O bombo ou zabumba, mineiro ou ganzá, maracá, caracaxá (espécie de chocalho), a caixa ou tarol formam o instrumental mais comum de uma ciranda tradicional, podendo também ser utilizados a cuíca, o pandeiro, a sanfona ou algum instrumento de sopro.

O mestre cirandeiro é o integrante mais importante da ciranda, cabendo a ele "tirar as cantigas" (cirandas), improvisar versos, tocar o ganzá e presidir a brincadeira. Ele utiliza um apito pendurado no pescoço para ajudá-lo nas suas funções. O contra-mestre pode tocar tanto o bombo quanto a caixa e substitui o mestre quando necessário. As músicas podem ser as já decoradas, improvisadas ou até canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda. Pode-se destacar três passos mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. Alguns dançarinos criam passos e movimentos de corpo, mas sempre obedecendo a marcação que lhes impõe o bombo. Não há figurino próprio. Os participantes podem usar qualquer tipo de roupa e a ciranda é dançada durante todo o ano.

A partir da década de 70 as cirandas começaram a ser dançadas em locais turísticos do Recife, como o Pátio de São Pedro e a Casa da Cultura, modificando um pouco a dança que se tornou mais um espetáculo. O mestre, contra-mestre e músicos saíram do cento da roda para melhor se adaptarem aos microfones e aparelhos de som, passando também a haver limite de tempo para a brincadeira. Compositores pernambucanos como Chico Science e Lenine enriqueceram seus repertórios, utilizando a ciranda nos seus trabalhos.

Uma das cirandas mais conhecidas é a de Antônio Baracho da Silva:

Estava
Na beira da praia
Ouvindo as pancadas
Das águas do mar
Esta ciranda
Quem me deu foi Lia
Que mora na ilha
De Itamaracá


Recife, 12 de novembro de 2004.
(Atualizado em 25 de agosto de 2009).
Ilustrações de Rosinha.



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Desfile de Motocicletas em São Paulo


Evento atraiu pessoas do Brasil e até estrangeiros do Paraguai.
Festa faz parte das comemorações de 110 anos da Harley-Davidson.

Rafael Miotto.G1.
Desfile foi realizado na Zona Norte de São Paulo (Foto: Flávio Moraes/G1)Desfile foi realizado na Zona Norte de São Paulo (Foto: Flávio Moraes/G1)

Um desfile reuniu motociclistas de diversos cantos do Brasil e até estrangeiros, em São Paulo, neste sábado (1). De acordo com a organização do evento, cerca de 2 mil motos fizeram percurso de 15 km que saiu do Anhembi, na Zona Norte da cidade, e foi até a Barra Funda, retornando depois ao ponto inicial. O ato fez parte das comemorações de 110 anos da fabricante norte-americana Harley-Davidson, com diversas festas ao redor do mundo durante o ano.
“Todo mundo busca a felicidade de alguma forma e nós a conseguimos com a liberdade. Para mim, a melhor maneira de atingi-la é com a moto”, diz o motociclista Adalberto Biazzi, artista plástico de 49 anos. Ele veio de Louveira, no interior de São Paulo, para participar da celebração, com sua Harley-Davidson Shovelhead de 1977. “Este é um modelo clássico, era a moto utilizada pelo Elvis Presley”, acrescenta Biazzi, conhecido como “Cerlvage” entre os amigos.

Além de brasileiros, o evento contou com a participação de um grupo de 17 paraguaios. “Viemos de Assunção de moto, foram 1.450 km de viagem”, explica Gustavo Vigo, presidente do Harley Club Paraguai. “Todos brasileiros têm nos tratado muito bem, nos sentimos em casa”, acrescenta Vigo. Para os motociclistas, esta paixão pelo veículo e seu estilo de vida aproxima as pessoas.
Grupo de paraguaios veio ao Brasil para a celebração da Harley-Davidson (Foto: Rafael Miotto/G1)Grupo de paraguaios veio ao Brasil para a
celebração da Harley-Davidson
(Foto: Rafael Miotto/G1)
Para todos os gostos
Segundo a Harley-Davidson, 5 mil pessoas devem participar da festa em São Paulo, que tem ainda shows musicais e apresentações com manobras radicais com moto, até o final deste sábado, na Arena Anhembi. Entre os participantes, estão pessoas de todas as idades, homens, mulheres e também casais.

“Nós somos muito parceiros e andamos sempre de motos juntos”, afirma Elaine Castagnoli, de 52 anos, que veio à festa acompanhada de seu marido Rogério Castagnoli, também de 52 anos. “É muito emocionante, toda esta integração e socialização”, acrescenta Rogério. O casal participou do desfile também com uma moto da marca norte-americana, mas, apesar de maioria absoluta, as motos da H-D dividiram espaço com modelos de outras marcas.
Casal foi de BMW ao evento da Harley (Foto: Rafael Miotto/G1)Casal foi de BMW ao evento da Harley
(Foto: Rafael Miotto/G1)
O casal Rosane Meciano, de 47 anos, e Éder, de 49 anos, foram ao evento com uma BMW R 1200 GS. “Temos muitos amigos de Harley. Às vezes tem alguma brincadeira por ser de outra marca, mas estamos sempre juntos”, explica Éder. Para participar do desfile, eles viajaram 1.660 km desde de Cuiabá, no Mato Grosso.

Motos ‘tunadas’
Além de motos originais, muitos motociclistas trouxeram à celebração motos personalizadas ou customizadas. Existem modelos de diversas cores e tamanhos, entre os destaques está um moto com chifres, do artesão Arnold Santo, de 56 anos. “Coloquei um chifre de búfalo na minha moto”, diz Arnold.
Segundo ele, a explicação para tal feito está na utilização das motocicletas. “A moto é a evolução do cavalo, por isso coloquei os chifres”, explica o artesão.
Motociclista colocou chifres de búfalo  (Foto: Rafael Miotto/G1)Motociclista colocou chifres de búfalo (Foto: Rafael Miotto/G1)
Casal de motociclistas na festa de 110 anos da Harley-Davidson (Foto: Rafael Miotto/G1)Casal de motociclistas na festa de 110 anos da Harley-Davidson (Foto: Rafael Miotto/G1)
Adalberto Biazzi e sua H-D Shovelhead de 1977  (Foto: Rafael Miotto/G1)Adalberto Biazzi e sua H-D Shovelhead de 1977 (Foto: Rafael Miotto/G1)

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Eleitores de Primavera e Santa Maria da Boa Vista escolhem prefeito


Quatro municípios pernambucanos voltam às urnas, dois deles domingo, para escolher novo prefeito




Clima na cidade de Primavera, na Zona da Mata Sul, é de expectativa para a nova eleição municipal. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press (Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Clima na cidade de Primavera, na Zona da Mata Sul, é de expectativa para a nova eleição municipal. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Uma estrada com apenas duas mãos, uma de ida e outra de volta, entre canaviais, leva até o município de Primavera, Zona da Mata de Pernambuco. Esta cidade é uma das quatro do estado onde a Justiça eleitoral determinou nova eleição, suspendendo o resultado da anterior. Os eleitores vão voltar às urnas no próximo domingo para, enfim, se não houver mais nenhum problema, escolherem o novo prefeito do município. Situação semelhante vai ocorrer em Santa Maria da Boa Vista e em Brejo da Madre de Deus, esta última com novas eleições marcadas para o dia 7 de julho. Já em Água Preta ainda não há uma data definida para o pleito.

O vencedor do pleito do ano passado, de acordo com as urnas, foi Rômulo César Moura Peixoto, mais conhecido como Pão com Ovo (PRTB). Ele, porém, sequer assumiu. Foi barrado pela Lei da Ficha Limpa sob acusação de compra de votos, crime ocorrido na campanha eleitoral de 2004. Na época, ele também se candidatou a prefeito, ganhando a disputa. Assumiu, mas teve o mandato cassado um ano e meio depois e, assim como agora, foi necessária a realização de nova eleição suplementar. Um fato, cujos detalhes são pouco lembrados na cidade. "Eu votei naquela época, mas não lembro porque teve outra eleição", comentou o aposentado Silvanio Coelho, um dos 10.164 eleitores de Primavera.

Impedido de seguir na disputa, Pão com Ovo decidiu lançar agora a mãe, Naza (PRTB). "Meu filho me apoia como filho e como político. Ele aconselha eu ser objetiva, falar apenas daquilo que sei. Muitas vezes, vai junto comigo para as visitas, mas quando não pode, vou com o grupo dele", disse a candidata, que trabalhou muitos anos como professora.

O principal concorrente dela é o ex-prefeito Jadeildo Gouveia da Silva, o Galego do Gás (PR). Ele foi o segundo colocado nas eleições municipais de 2012 e sua candidatura esteve ameaçada devido à uma ação da  coligação adversária, que alegava inelegibilidade por rejeição de contas públicas. Na última terça-feira (28), porém, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) analisou o caso e considerou, por 4 votos a 2, que não havia motivos suficientes para a impugnação da candidatura de Galego do Gás, mantendo assim os dois grupos políticos rivais, que se alternam no poder do município há 20 anos, aproximadamente, na disputa.

Enquanto o novo prefeito não é conhecido, o presidente da Câmara, vereador Edmilton Zacarias, o Mima da Banca (PSC), vem ocupando interinamente a prefeitura. "É uma experiência amarga. Encontrei muitas dificuldades, salários atrasados e dívidas que impediram de receber recursos federais. Além disso, não existiu transição. Mas na rua sou cobrado como prefeito", comentou o político, que foi para o Executivo com a expectativa de passar, no máximo, 90 dias.


Municípios que terão eleições suplementares

Primavera
Eleição: 2 de junho
10.238 eleitores

Candidatos
Dra. Tânia Maria (PSC)
Fernando Dentista (PDT)
Galego do Gás (PR)
Naza (PRTB)

Santa Maria da Boa Vista
Eleição: 2 de junho
27.274 eleitores

Candidatos
Antônio Pereira (PV)
Eliane Costa (PSL)
Jetro do Nascimento Gomes (PSB) - registro indeferido
Paulo Pontes (PRP)

Brejo da Madre de Deus
Eleição: 7 de julho
30.336 eleitores

Candidatos
Hilário de São Domingos (PSDC)
Roberto Asfora (PSDB)

Obs: O município de Água Preta ainda não há candidatos inscritos, nem data da eleição suplementar

Primavera viveu situação parecida na eleição anterior. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press (Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Primavera viveu situação parecida na eleição anterior. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Antigos vices querem prefeitura

A decisão da Justiça de marcar uma nova eleição em Primavera gerou uma reviravolta política na cidade. Os vices dos principais candidatos a prefeito em 2012 romperam alianças e decidiram virar cabeças de chapa. Logo na entrada da cidade uma grande bandeira e quatro cavaletes sinalizam para o comitê de um deles. Trata-se de Fernando Dentista (PDT), ex-vice de Galego do Gás.

"Todos os dias fazemos porta a porta reuniões com o povo. A cidade está abandonada, na saúde não temos médico, no cemitério não se pode mais enterrar ninguém. É um caos", disse. Fernando Dentista lembra que, em 2008, disputou a prefeitura como vice na chapa de Pão com Ovo, adversário político de Galego do Gás, que perdeu a eleição naquele momento. "Decidi me candidatar independente deles, pois vi que nenhum dos dois tinha compromisso. Era briga pelo poder",
alfinetou.

Semelhante a Fernando Dentista, Tânia Maria, conhecida como Dra. Tânia (PSC), caiu em campo para disputar a prefeitura. No ano passado, ela disputou como vice de Pão com Ovo. "No ano passado, a gente queria disputar independente dele, mas o grupo achou que não ganharia e se uniu com Pão com Ovo. Ele aceitou porque tínhamos um grupo grande, mas assim que saiu o resultado começou a nos escantear", explicou a candidata.

Presidente da Câmara vem gerindo a prefeitura. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press (Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Presidente da Câmara vem gerindo a prefeitura. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
Novo embate entre rivais

Dos quatro municípios pernambucanos que terão eleição suplementar, Água Preta foi o último a ter a situação definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última terça-feira. A data para o pleito ainda será marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), que também decidirá o dia em que o atual presidente da Câmara de Água Preta, Elias de Alegrete (PTN), assumirá interinamente o cargo de prefeito. Por enquanto, ainda não há candidatos inscritos, mas os dois protagonistas da disputa de outubro do ano passado, Eduardo Coutinho (PSB), que estava no comando da prefeitura, e Armando Souto (PDT), devem voltar a se encontrar nas urnas.

Em 2012, Armando Souto venceu a disputa, derrotando o então prefeito Eduardo Coutinho. Porém, ele disputou sub judice, já que teve problemas para obter legenda para concorrer à reeleição. Souto conquistou 52,75% dos votos no município, mas devido ao questionamento judicial, a Justiça Eleitoral, em primeira instância, decidiu pela realização de um novo pleito, já que havia obtido mais de 50% dos votos.

Coutinho recorreu da decisão de primeira instância no TRE. O tribunal, liminarmente, deu posse ao socialista, decidindo pela não realização de novas eleições. Souto então recorreu ao TSE, que retomou o entendimento original e determinou a realização de nova eleição municipal.

Colaborou o repórter Tauan Saturnino, especial para o Diario de Pernambuco.


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Arca de Noé será recriada


Projeto de criacionistas nos EUA é orçado em mais de R$ 300 milhões.
Eles precisam arrecadar ao menos R$ 50 milhões para iniciar construção.

Da Reuters
Projeto do parque temático "Ark Encounter", que quer reconstruir a Arca de Noé nos EUA (Foto: REUTERS/Answers in Genesis)Projeto do parque temático "Ark Encounter", com uma grande arca no fundo
(Foto: REUTERS/Answers in Genesis)
Um grupo religioso dos Estados Unidos corre contra o tempo tentando arrecadar dinheiro para construir um parque temático bíblico estrelado por uma grande Arca de Noé.
Idealizado pelo “Answers in Genesis” – um ministério cristão fundado pelo criacionista Ken Ham –,  o “Ark Encounter” (Encontro da Arca) estava previsto para ser inaugurado na primavera de 2014 no estado do Kentucky, mas ainda não saiu do papel.
Projeto do parque temático "Ark Encounter", que quer reconstruir a Arca de Noé nos EUA (Foto: REUTERS/Answers in Genesis)Projeto mostra como ficaria o parque
(Foto: REUTERS/Answers in Genesis)
Isso porque até agora não foram arrecadadas doações privadas suficientes para iniciar a construção.
De acordo com o co-fundador e vice-presidente do parque, Michael Zovath, o projeto já tem US$ 12,3 milhões (mais de R$ 26 milhões) em mãos e outros US$ 12,7 milhões (mais de R$ 27 milhões) em doações previstas, mas faltam mais US$ 23 milhões (quase R$ 50 milhões) para que possa ser iniciada a construção da arca.
Zovath não sabe quando isso vai ser possível. O problema é que o projeto ganhou o direito ao abatimento de até 25% do seu valor em impostos como parte de uma medida de incentivo ao turismo do Kentucky, mas esse direito expira em maio de 2014.
O parque completo está orçado em US$ 150 milhões (cerca de R$ 321 milhões). Além da arca de 150 metros de comprimento, a ideia é que ele tenha outras atrações ligadas ao Antigo Testamento, incluindo a Torre de Babel e um brinquedo temático das 10 Pragas do Egito.
Apesar dessa incerteza, os planos de construir o “Ark Encounter” continuam.
De mil a 2 mil casais de animais
O “Answers in Genesis” também é responsável por criar o Museu da Criação, na cidade de Petersburg. O museu, que foi muito criticado por educadores e cientistas, argumenta que a Terra tem cerca de 6 mil anos de idade e foi criada por Deus em seis dias de 24 horas, com dinossauros existindo ao mesmo tempo que humanos.
Essas explicações são contrárias ao consenso científico, que afirma que o planeta foi formado 4,5 bilhões de anos atrás. O grupo rejeita a Teoria da Evolução e explica fenômenos como o Grand Canyon como uma consequência do dilúvio.
Sobre o parque temático, Patrick Marsh, diretor de design do empreendimento, afirma que a ideia é apresentar o que a Bíblia tem a dizer e mostrar o quão plausível é. “Isso foi uma parte real da história. Não é apenas uma lenda”, afirma.
A Bíblia não dá muitos detalhes sobre como a arca foi construída, portanto foi preciso especular. A réplica do parque será feita com uma mistura de madeiras diferentes.
Outra grande questão é como Noé conseguiu fazer caber casais de todos os animais da Terra em um barco com metade do tamanho de um transatlântico de cruzeiro atual.
Cientistas catalogaram 1,3 milhões de espécies de animais, mas os idealizadores do “Ark Encounter” calculam que Noé pode ter abrigado de mil a 2 mil pares para representar todos os “tipos” de animal, como a Bíblia coloca.
Sobre animais grandes como os dinossauros, Marsh diz que Noé pode ter levado filhotes ou ovos, para economizar espaço.
O designer também quer mostrar como os dejetos dos animais podem ter sido jogados fora da arca por meio de sistemas mecânicos e como a entrada de ar fresco nela pode ter sido mantida.
Apesar de o objetivo do parque ser ensinar que a história de Noé foi verdadeira, o empreendimento também tem fins de lucro e se inspira em parques temáticos não religiosos.
Na exposição sobre a sociedade pré-dilúvio que Deus queria destruir, por exemplo, o plano é ter um templo com cerimônias pagãs representadas ao estilo “Disney”.
"Queremos que todos se divirtam, comprem souvenirs e passem um ótimo momento aqui”, diz Marsh.
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