segunda-feira, 21 de agosto de 2017

FOLCLORE:Caboclinhos Alto São José na Feira Cultural de Bom Jardim-PE


Assista ao vídeo. 
Os caboclinhos ou cabocolinhos é uma manifestação da cultura popular das mais expressivas na história do Carnaval de Bom Jardim.
Em Bom Jardim, durante o carnaval, esses grupos desfilam suas belezas e criatividades artísticas na zona rural, distritos, cidade e municípios vizinhos ao som de uma dança e rituais que lembram a cultura da miscigenação dos povos e a valorização do indígena como primitivos destas terras.
Os Caboclinhos do Alto São José, existem por mais de oito décadas. É uma fusão representativa de pessoas residentes nas comunidades da Baraúna, Melão, Pedra do Caboclo e Alto São José.
Em 2014, o Governo Municipal, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, criou o Encontro Regional de Burrinhas, Catirinas, Caboclinhos e Maracatus, objetivando fortalecer nossa identidade cultural e valorizar os grupos da cultura popular do Município. Na Feira Cultural esses grupos fazem apresentações em diversas datas do calendário cultural e turístico da cidade.
Publicado em 22 de jul de 2015
A Feira Cultural é cenário ideal para transmissão permanente de valores e manifestação da Cultura Popular de nosso povo.
Por Edgar Severino dos Santos
Fonte:http://culturadobomjardim.blogspot.com.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

ANTÔNIO MORAES, ALVARO PORTO, BOTAFOGO, CLAUDIANO MARTINS FILHO, CLODOALDO MAGALHÃES, JOÃO EUDES, JOAQUIM LIRA, JULIO CAVALCANTI, MARCANTONIO DOURADO, ROMARIO DIAS, TAMBÉM SE UTILIZARAM DE EMPRESAS CONSIDERADAS FANTASMAS PELO TCE PARA JUSTIFICAR GASTOS COM VERBA INDENIZATÓRIA DA ALEPE



Ex-juiz de Direito, deputado Guilherme Uchoa,
do PDT, preside a ALEPE há quase 12 anos com o
apoio do PSB. É considerado muito influente
junto a algumas figuras do Judiciário
Por Noelia Brito.
Ao apreciar a denúncia do advogado Antônio Campos contra o Professor Lupércio, o TCE findou por abrir uma verdadeira "Caixa de Pandora" (Leia a decisão AQUI) que vinha sendo utilizada pelos deputados estaduais de Pernambuco, para justificar gastos da verba indenizatória utilizando-se, para tanto, de empresas que a equipe técnica considerou como inexistentes de fato, ou seja, em linguagem popular, "empresas fantasmas". Algumas dessas empresas teriam sido utilizadas por 13 deputados, outras, por 14 deputados.

Em nota distribuída à imprensa, entretanto, o Professor Lupércio afirma que pelo menos 22 deputados estaduais teriam se utilizados dessas empresas para justificar gastos da verba indenizatória e o que é mais grave nas declarações do ex-deputado, hoje prefeito de Olinda, para justificar suas atitudes é que a indicação das empresas teria partido do próprio presidente da ALEPE, o deputado estadual Guilherme Uchoa, à frente da Casa há quase doze anos.





Levantamentos feitos por nosso Blog no Portal da Transparência da ALEPE não encontra 22 nomes de deputados utilizando os serviços das empresas flagradas nessa primeira investigação realizada pelo TCE. Encontramos um total de apenas 17 nomes, o que nos leva a crer que ex-deputados também podem ter se utilizado dos serviços dessas empresas fantasmas ou que outras empresas na mesma situação estejam sendo utilizadas para justificar gastos inexistentes ou emitindo notas por serviços não prestados ou material não fornecido, para utilizar os mesmos termos  de que os técnicos do TCE lançaram mãos para definir o que ocorreu nas situações flagradas com as empresas e os parlamentares mencionados. Eis os deputados:

ALVARO PORTO (PSD)
ANTONIO MORAES (PSDB)
CLAUDIANO MARTINS FILHO (PP)
CLEITON COLLINS (PP)
CLODOALDO MAGALHÃES (PSB)
FRANCISMAR PONTES (PSB)
GUILHERME UCHOA (PDT)
JOÃO EUDES (PDT)
JOAQUIM LIRA (PSD)
JOEL DA HARPA (PODEMOS)
JOSÉ HUMBERTO CAVALCANTI (PTB)
JÚLIO CAVALCANTI (PTB)
MANOEL BOTAFOGO (PDT)
MARCANTÔNIO DOURADO (PSB)
ODACY AMORIM (PT)
ROMÁRIO DIAS (PSD)
VINICIUS LABANCA (PSB)


Além das empresas já citadas em postagens anteriores, quais sejam a S & Silva entregas Rápidas e a Shirleidy Osny Dantas Papelaria - ME, o TCE também reconheceu como "fantasma" a empresa individual Alexsandra Carneiro Farias dos Santos. Levantamos que os seguintes deputados estaduais também se utilizaram dessas empresas "fantasmas" para justificar gastos da chamada verba indenizatória: Clodoaldo Magalhães, Álvaro Porto, Antônio Moraes, Botafogo, João Eudes, Joaquim Lira, Júlio Cavalcanti, Marcantônio Dourado, Romário Dias e Claudiano Martins Filho. Confiram:



















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Circo para todos em Bom Jardim: Projeto Hoje é Dia de Circo


Nos dias 22, 23 e 24 de agosto, às 15, na Quadra Dr. Osvaldo Lima, o Projeto Hoje é Dia de Circo chega ao nosso município!
Circo Mágico Alakazam, através do Funcultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco e Prefeitura do Bom Jardim estarão promovendo três dias de atividades circenses em nossa cidade e o melhor tudo grátis!
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jornal da Cultura ao Vivo| 21/08/2017 .Aqui em Leia Mais.




Professor Edgar Bom Jardim - PE

PM prende quadrilha que roubou carro forte


Após três dias de operação, a Polícia Militar desarticulou a quadrilha que explodiu um carro-forte em Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão pernambucano, na última sexta-feira (18). A ação contou com equipes do 14° Batalhão e do Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi), que chegaram a dormir e fazer as refeições dentro da caatinga durante as buscas. Houve pelo menos três confrontos entre policias e criminosos, que resultaram na morte de dois suspeitos e na prisão de sete pessoas, além da recuperação do valor roubado, pouco mais de R$ 219 mil - exatos R$ 219.280.

Segundo o tenente-coronel do 14° Batalhão, Girley Figueiredo, a quadrilha estava em duas caminhonetes e disparou com fuzis contra o carro-forte, que passava na PE-365, em direção à cidade de Serra Talhada. Após a fuga dos vigilantes, os homens usaram quatro dinamites para ter acesso à parte interna do veículo e levaram o dinheiro (assista ao vídeo abaixo). 

Logo após a explosão, os assaltantes foram abordados num bloqueio montado pelo Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) e pela Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam), a cerca de 300 metros do local da ação, e houve troca de tiros. Um dos assaltantes foi atingido e morreu no local. O morador de Santa Cruz da Baixa Verde Luis Carlos Pereira Lima, tomado como refém durante o crime, também foi atingido e morreu em um hospital de Serra Talhada.

Neste primeiro confronto, alguns criminosos fugiram pela caatinga, deixando para trás duas espingardas calibre 12, um fuzil Ruger mini, um fuzil 722, um revólver calibre 38, um colete a prova de balas e grande quantidade de munições. Foi neste momento que chegaram agentes do Bepi. “Quando o Bepi chegou, adentrou na caatinga e, usando as técnicas de rastreamento, conseguiu localizar um dos bandidos. Esse veio a confrontar com o efetivo e foi alvejado. Ele chegou a ser socorrido, mas veio a óbito”, explicou o tenente-coronel do Bepi, Jamerson Pereira.



Segundo o tenente-coronel, a polícia encontrou no celular do suspeito que morreu informações que levaram à prisão de dois suspeitos, que indicaram o local onde a quadrilha iria se esconder após o roubo. O lugar foi abordado na noite entre sexta e sábado, e um segundo elemento reagiu e também foi baleado.

A operação continuou no sábado, com policias do 14° Batalhão bloqueando a rodovia estadual e do Bepi na mata. Na manhã de domingo, o 14º Batalhão prendeu mais quatro suspeitos, e um deles confirmou onde os agentes poderiam prender o sétimo elemento. 

Durante a operação, que resultou na recuperação do valor roubado, os policiais ainda apreenderam armas de grosso calibre, munições, dinamites e os veículos utilizados na investida ao carro-forte. “É uma quadrilha de atuação interestadual, e nessa ação foi desarticulada toda a organização criminosa, composta por nove criminosos. Sete foram presos e dois abatidos durante o confronto com a Polícia Militar, que reagiu à injusta agressão”, disse o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle.

Kehrle informou que os sete presos foram autuados por organização criminosa, roubo qualificado e porte ilegal de arma de fogo, com a qualificação de arma de uso restrito das Forças Armadas. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A esquina do desemprego: os pedreiros que esperam por trabalho todos os dias no centro de SP

Pedreiros desempregados se reúnem em esquina do centro de SPDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image captionSegundo o IBGE, apenas no 2º trimestre deste ano a construção civil cortou 683 mil vagas
Um pedreiro resume o que pensa sobre a esquina do desemprego no centro de São Paulo: "Olho para nós, para cada um esperando por uma obra, e lembro daquela letra dos Racionais: 'Aqui tem um coração ferido por metro quadrado'".
O trecho da música fala do Capão Redondo, na zona sul da cidade, mas a vida pode ser igualmente louca na esquina das ruas Barão de Itapetininga e Dom José de Barros. Toda manhã, dezenas de desempregados da construção civil se reúnem ali: estão famintos de alguma obra que pague as contas do mês.
Em outros tempos a vida era melhor. O fã dos Racionais MC's explica: "Uns anos atrás, a gente vinha aqui e não demorava em conseguir emprego, patrão buscava pedreiro nessa rua. Parava ônibus para levar peão".
Na semana passada, o IBGE enumerou essa queda do trabalho sentida pelos pedreiros: no segundo trimestre de 2017, a construção civil cortou 683 mil vagas no Brasil em relação às que existiam no mesmo período do passado - nos primeiros três meses, foram fechadas outras 719 mil. Hoje, o setor tem 6,7 milhões de trabalhadores - no final de 2013, eram 8,1 milhões. No total, o Brasil tem cerca de 14 milhões de desempregados.
"Os empregos saíram daqui e fugiram para longe", diz o pintor Aristides dos Santos, de 42 anos, parado desde 2016 e saudoso do tempo em que conseguia obra facilmente. "Eles não foram para longe, não, foram é para lugar nenhum", corrige.
Os peões da esquina, com mais de 40 anos, têm pouca qualificação formal: a maioria que conversou com a BBC Brasil não terminou o ensino fundamental. Grande parte saiu há décadas de cidades de Minas Gerais, do Norte e do Nordeste. Buscavam uma vida boa em São Paulo, mas às vezes ela pode virar uma decepção.
O pedreiro fã dos Racionais até conseguiu se dar bem por anos, mas tem uma visão crítica de sua trajetória. Saiu do norte de Minas, onde deixou dois filhos, viveu de bicos, por uns tempos caiu no excesso de bebida e, agora, despencou na crise econômica. Hoje, vai diariamente à esquina do centro, esperando que apareça alguma sorte.
Ele prefere não revelar seu nome nesta reportagem, por medo de ser reconhecido pelos parentes. "Meu irmão, eu moro num albergue, almoço no Bom Prato (restaurante popular que cobra R$ 1 por refeição). O trem está ruim para qualquer lado que eu pego", diz, emocionado. "Você quer que minha filha me veja assim, fodido e mal pago?"
Trabalhadores na esquena das ruas Dom José de Barros e Barão de ItapetiningaDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image captionOs trabalhadores desempregados esperam na esquina por alguma oportunidade
Ninguém sabe como esse ponto de encontro surgiu. Os mais velhos dizem que ele existe desde a década de 1970, mas que já foi em outros locais do centro de São Paulo, como o Brás e a Luz. Um dia, ninguém lembra quando, ele se mudou para o cruzamento da Barão com a Dom José de Barros, um calçadão.
Essa região é cheia de agências de empregos temporários, subempregos, pequenos bicos. Toda manhã, na frente de alguns prédios, formam-se filas com pessoas de envelope na mão.
Na área dos pedreiros, porém, pouca gente leva o currículo. A experiência está nas mãos calejadas, nas botinas sujas de tinta e nas conversas que revelam a construção de um grande prédio.

Esperando Toninho

O ajudante Evaldo Gonçales, de 50 anos, conta que as últimas grandes construções das quais participou foram uma fábrica da Fiat em Betim (Minas Gerais) e um edifício da Monsanto em Campo Verde (Mato Grosso), em 2015. Nessa, ele era "fichado" - como os peões chamam as vagas com carteira assinada. Hoje, sobrevive de bicos esporádicos.
Ainda há agências de emprego que contratam a mão de obra na esquina - elas são chamadas de "tempero", por oferecerem vagas temporárias. Uma delas é de um empresário conhecido como "Alemão", um homem de cerca de 1,90 de altura e com cabelos um pouco grisalhos.
O problema é que Alemão não aparece com frequência: em quatro manhãs, ele passou duas vezes pelo cruzamento, gerando grande expectativa entre os peões, que se viravam para vê-lo. O "salvador" apenas acenava com a cabeça para conhecidos, trocava duas ou três palavras com alguém e ia embora.
Não é assim com Antonio Rodriguez Gonzalez, o Toninho, um espanhol de 66 anos, dono de outra agência. Ele passa parte da manhã entre os pedreiros, conversando, sondando-os.
Parece que todos esperam pela presença do homem baixinho, de bigode, e que sempre usa uma boina preta. Toninho, que trabalha no ramo desde 1975, quando fundou sua empresa, também é saudoso dos bons tempos em que eram abundantes os empregos na construção civil. "Diminuiu bastante, com certeza. Antigamente o sujeito chegava aqui e não saía sem uma obra", conta.
Ele diz que chegou a ter 300 peões empregados pelo Brasil no começo da década. Hoje, em meses bons, consegue colocar 80.
Em 2016, o piso salarial de um empregado da construção civil era R$ 1.362, segundo o sindicato da categoria em São Paulo.
O empresário Antonio Rodriguez Gonzalez, dono de agência de empregos temporáriosDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image captionAntonio Rodriguez Gonzalez recruta pedreiros para trabalharem em obras Brasil afora

Barrigudinha

Até hoje, funciona assim: a agência recebe um pedido de "X" funcionários. Toninho, por exemplo, vai até a esquina e escolhe alguns. Na semana passada, ele estava selecionando trabalhadores para a construção de um supermercado em Aracaju. Os escolhidos devem viajar na segunda-feira.
Enquanto a BBC Brasil entrevistava os homens, rodinhas se formavam no entorno do repórter. Alguém sempre perguntava: "É boca?", como os trabalhadores apelidaram as vagas de emprego.
Toninho explica como recruta: "Converso, vejo como o sujeito está. Se eu te disser que, aqui, só dá para chamar uns 30% desses homens você acredita?", questiona. "Sim, tem um problema sério de alcoolismo: o homem até começa a trabalhar, mas no primeiro salário desaparece para beber", diz.
De fato, a bebida alcoólica é presença constante no ponto de encontro. Mas poucos são os que exageram - bebem pinga 51 ou uma cachaça mais barata, conhecida como "barrigudinha" por ter o frasco redondo e pequeno.
"O peão está desempregado, mora em albergue, não tem família, não tem perspectiva. Dá para entender porque muitos bebem tanto. Aqui tem mestre de obras que caiu em desgraça na bebida", diz Toninho. O ajudante Evaldo concorda. "Quando a turma não consegue nada, divide uma garrafa de 51 para espairecer", diz.
O ajudante de pedreiro Evaldo GonçalesDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image captionAjudante de pedreiro Evaldo Gonçales participou de grandes obras, mas hoje sobrevive de bicos

'Pedreirão'

Apesar de tudo, há entre os pedreiros um clima de agradável amizade. Eles não vão ali apenas pela possibilidade de emprego, mas também porque existe um sentimento de pertencimento a um grupo. E a nostalgia: passam a manhã em rodinhas contando histórias de viagens pelo Brasil atrás das obras.
Um deles brincou com a operação que atingiu as maiores construtoras do país: "Essa Lava Lato acabou foi com tudo, não tem mais emprego nenhum. O único que tem dinheiro aqui é esse repórter aí".
Em outro grupo, Joselito Bispo dos Santos, de 52 anos, é um dos poucos que não dependem de um emprego para viver, pois recebe um benefício do governo. "Venho aqui mais é para passar o tempo com as amizades", diz.
Ele é orgulhoso da função que exerceu por décadas, desde que saiu de Madre de Deus (BA), para buscar a sorte em São Paulo. "Você sabe quanto de areia precisa para fazer um saco de cimento?", questiona ao repórter. "Meu irmão, ergui foi casa, prédio, ponte. Sou um pedreirão. Sou igual ao joão-de-barro, carrego tijolo no bico."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 20 de agosto de 2017

Temer e o ataque criminoso aos servidores e ao serviço público



Depois de uma semana de notícias acerca da mudança da meta fiscal para os anos de 2018 e 2019, Temer anuncia um pacote de redução de gastos no serviço público federal, atacando especialmente as condições de acesso, remuneração e carreira para os seus servidores. Nesse processo, mais uma vez, manipula números, omite até informações oficiais e joga a população comum contra o servidor público.
Qual o objetivo desse pacote agora anunciado? O que se pretende fazer com as eventuais economias a serem obtidas caso tais medidas sejam aprovadas? Se há déficit público e rombo fiscal, quais são as causas disso? Será que o pacote de Temer as enfrenta de forma concreta e contundente? Nada disso. Sejamos claros e diretos. As despesas de pessoal civil e militar, ativos e inativos da União, não são as causas do desequilíbrio entre receitas e despesas, muito menos do falado rombo.
Os números oficiais contidos no Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento confirmam isso. Há necessidade de se intervir no serviço público? Há, é óbvio que há, mas com mais investimentos para melhorar sua qualidade e sua amplitude no universo de cidadãos atendidos. Porém, isso não ocorrerá com corte de verbas em salários, concursos e carreiras no serviço público.
O rombo tão debatido nos últimos dias precisa ser explicado. Sua alteração de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões, por si só, não explica sua natureza nem resolve a conta.  Apenas a agrava. Por que há esse rombo? Quais são as parcelas do gasto público que mais o provocam?  É importante esclarecer que esse rombo fiscal é exatamente o valor da conta que falta ser paga quando as receitas são insuficientes para o pagamento de toda a conta de juros da dívida pública a cada ano. Por isso o rombo também se chama déficit primário. Porque a primeira despesa em ordem de prioridade no gasto público desde 1999 é aquela.

Agência Brasil
"O rombo tão debatido nos últimos dias precisa ser explicado"
Para isso, se busca formar, ano a ano, uma economia específica, o superávit primário, para garantir que aquelas despesas, com juros, sejam pagas na frente de quaisquer outras. Assim, o peso da dívida pública como parte do PIB ficaria sempre estável ou declinante. Por isso Temer propôs a PEC 241, que virou Emenda Constitucional 95. Acontece que, ainda com essas medidas conservadoras, a conta da dívida pública pode seguir crescendo independente disso, quando a taxa básica de juros, a SELIC, sobe ou se mantém elevada em termos reais no processo de combate à inflação.
Esses gastos não são dissecados na mídia nem comparados com os demais, não se informa quem ganha com eles, não se admite sua revisão, mesmo sabendo que crescem ano após ano, retirando tantas receitas do tesouro e impondo, para seu pagamento regular, cortes no serviço público e no financiamento dos direitos sociais. Por isso vemos tanto interesse dos grupos econômico-financeiros que ganham com a dívida pública na aprovação desse novo pacote, bem como nas demais reformas que tiram receitas de outros fins públicos para serem aplicadas na redução da conta do rombo fiscal.
As causas reais do rombo, porém, são outras. Estão na mistura explosiva da elevada sonegação fiscal das grandes empresas com os ralos da corrupção, com as desonerações tributárias e da contribuição previdenciária, vindas desde FHC e ampliadas por Lula e Dilma, com os impactos da política monetária e suas ainda elevadas taxas de juros reais nas despesas do tesouro nacional.
Temer não mexe em nada disso. Mantém privilégios e age gastando dinheiro público para impedir investigações sobre suas relações com a corrupção, partindo agora para o ataque criminoso aos servidores e ao serviço público. Vamos, por isso, rejeitar esse pacote do mal e da manipulação, apontando outros caminhos para um serviço público de melhor qualidade para a população.
CongressoemFoco

Por Paulo Rubens Santiago
Publicado em 20/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE