Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de março de 2018

Religião:o legado dos cinco primeiros anos de Francisco, o papa 'que desceu do trono'

Papa FranciscoDireito de imagemREUTERS
Image captionEm 2013, o então cardeal Jorge Bergoglio assumia uma Igreja em crise
Logo após o "habemus papam", naquela noite de 13 de março de 2013 em Roma, o sorridente cardeal Jorge Bergoglio apresentou-se para uma Praça São Pedro lotada. Havia se tornado, então, papa Francisco, o 266º sumo pontífice da Igreja Católica. "Parece que meus colegas foram buscar um papa no fim do mundo", disse ele, em referência à sua Argentina natal.
Bom humor à parte, Bergoglio assumia uma Igreja em crise – em meio a diversos escândalos de pedofilia do clero, com divisões internas e perdendo fiéis e popularidade em todos os cantos do mundo – e após uma histórica renúncia, já que Bento 16 foi o primeiro pontífice a abdicar do trono de Pedro em quase 600 anos.
Sua eleição, por si só, foi repleta de ineditismos. Pela primeira vez, a Igreja Católica tem um líder latinoamericano. Pela primeira vez, um jesuíta. E, pela primeira vez, alguém adotava o nome Francisco – sugestão dada a Bergoglio pelo seu colega brasileiro, o cardeal emérito de São Paulo d. Claudio Hummes, que pediu a ele que não se esquecesse dos pobres.
Passados cinco anos, as crises da Igreja permanecem prementes, com um papado ainda exercido sob a sombra das acusações de abusos sexuais contra sacerdotes. Isso, junto com a resistência a mudanças e lutas de poder entre bispos, padres e cardeais, torna Francisco um alvo frequente de hostilidades dentro e fora da Igreja.
Mas defensores argumentam que o papa imprimiu à conservadora instituição uma personalidade mais carismática, além de se envolver em questões mundiais urgentes: publicou uma encíclica em defesa da ecologia, fala com frequência em defesa dos refugiados da crise imigratória e intermediou a histórica retomada da diplomacia entre os Estados Unidos e Cuba.
"Francisco trouxe para a Igreja uma visão revigorante, interessante e atraente. Enquanto outros papas se concentraram na aplicação de regras ou normas doutrinárias, ele tenta atrair as pessoas para a mensagem primordial: uma Igreja que espalha a boa-nova de Jesus por meio do encontro, do diálogo e do testemunho", analisa o vaticanista Joshua J. McElwee, autor de livros sobre o atual papa. "Muitos católicos têm achado essa visão convidativa."
O teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Junior, professor do Departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), avalia que "os cinco anos do pontificado de Francisco são um bálsamo de oxigênio para os cristãos, e braços abertos aos outros crentes e mesmo aos ateus que buscam a verdade e a justiça no mundo."
"Francisco não veio repetir fórmulas e enrijecer respostas obsoletas e caducas. Francisco veio propor algo novo, como pastor da esperança e da alegria, especialmente aos jovens, aos migrantes e às famílias."

Visão pastoral

O papa insiste que o seu papel é pastoral, lembra o jornalista Filipe Domingues, que acompanha de Roma o atual pontificado desde o início. "Isso quer dizer que ele vê o bispo, o padre, como um pastor que guia um rebanho. E quando uma ovelha se perde, o pastor deixa todas as outras e vai atrás daquela ovelha perdida", explica.
"A sua visão de Igreja, quando fala de misericórdia, de acolher os mais fracos, de não forçar uma visão idealizada da família, de pensar no ambiente em que vivemos, que foi doado por Deus e, se não cuidarmos do ambiente prejudicamos em primeiro lugar os mais frágeis da sociedade... Tudo isso é guiado por uma visão pastoral, muito próxima das pessoas."
Mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Domingues ressalta que Francisco foi escolhido, "antes de mais nada, para conduzir uma reforma".
O papa Francisco em meio a uma multidão de fiéis com câmeras e celularesDireito de imagemREUTERS
Image captionSimpatia é marca dos cinco anos de papado de Francisco
Isso porque a renúncia de Bento 16 permitiu que os cardeais tivessem cerca de um mês para conversar abertamente sobre os problemas da Igreja – antes mesmo de entrar no conclave.
"Bergoglio foi eleito, claramente, com o objetivo de realizar uma 'reforma de gestão', de forma colegial e não autoritária. Por isso, foi criado o conselho de cardeais e uma série de mudanças administrativas foram feitas na Cúria Romana", diz ele.
"Ainda não temos clareza de quais serão os efeitos disso na prática. É um processo lento e sem respostas de curto prazo. Deve continuar no pontificado do próximo papa, com certeza."

Denúncias de abusos

O ponto mais delicado de seu papado, porém, continua sendo a avalanche de acusações de pedofilia contra sacerdotes católicos, como evidencia a hostilidade enfrentada por Francisco em sua recente visita ao Chile – país onde um bispo nomeado pelo papa é acusado de ter acobertado um padre condenado por abusos sexuais.
"Ele próprio já se perguntou recentemente se está reagindo adequadamente aos casos de abusos sexuais por parte do clero", comenta McElwee. "Viajei com Francisco durante sua visita ao Chile, em janeiro, e ficou muito claro que muitas pessoas estavam desapontadas com sua defesa do bispo (acusado de acobertar o caso)".
No ano passado, o jornalista italiano Emilio Fittipaldi, autor de livros sobre o Vaticano, afirmou em entrevistas que "Francisco não defende diretamente os pedófilos, mas fez quase nada para combater o fenômeno da pedofilia (na Igreja)".
Domingues acredita que o tema é o ponto fraco do pontificado de Francisco. "Às vezes a questão é tratada como mais um problema, como os outros. Este não é um problema como os outros. É um dos problemas mais graves na história da Igreja e existe em todo o mundo, dentro e fora da Igreja", diz. "É algo a ser abominado e expurgado da Igreja com todas as forças – não pode ficar parado em burocracias e lutas internas de poder."

Lutas por poder

Por falar em lutas internas do poder, a resistência enfrentada por Francisco dentro da cúpula da Igreja também é um problema – que muitas vezes acaba exposto.
Em 2015, por exemplo, poucos dias antes do Sínodo dos Bispos, um evento que reuniu 270 religiosos de todo o mundo para debater no Vaticano, uma carta supostamente assinada por 13 cardeais descontentes com o papa acabou sendo publicada pelo vaticanista Sandro Magister.
Guarda libanês monitora pessoas que tentavam chegar à Europa por marDireito de imagemAFP
Image captionGuarda libanês monitora pessoas que tentavam chegar à Europa por mar; crise migratória é tema recorrente dos posicionamentos do papa Francisco
O texto continha preocupações de que a Igreja Católica, sob a batuta de Francisco, estaria enveredando pelo "caminho protestante 'liberal'", ao "enevoar" ensinamentos e sacramentos. Pelo menos dois cardeais da ala conservadora da Igreja admitiram a existência da correspondência - embora tenham ressaltado que o teor não era exatamente como foi publicado pela imprensa.
"Em tempos recentes, não há notícia de um papa que tenha sofrido tanta resistência interna, da parte de bispos, padres ou cardeais", avalia o padre Antonio Manzatto, doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina e coordenador do grupo de pesquisa Lerte (Literatura, Religião e Teologia) da PUC-SP. "Tal oposição não advém de posições doutrinais, mas do apego a privilégios."
"Ele nem sempre foi bom em se explicar aos conservadores, que estão assustados e desconcertados por ele", acredita o vaticanista Austen Ivereigh, autor de The Great Reformer: Francis and the making of a radical pope (O grande reformador: Francisco e a formação de um papa radical, em tradução livre).
Para Domingues, como as reformas no Vaticano são lentas, esta morosidade traz uma incerteza que só aumenta os boatos e as aversões a qualquer mudança. "É natural que, quando entra um novo líder no poder, outros grupos percam representatividade, ou que algumas pessoas sejam afastadas de seus cargos. Mas as reformas que o papa conduz tocam forte nessas diferenças entre grupos políticos na Cúria e fora dela."
"As pessoas da Cúria que se ressentem de Francisco dizem: 'nós ainda estaremos aqui quando ele for embora'. Os burocratas não gostam de mudar", comenta Ivereigh.
Dados compilados por Altemeyer a partir de informações disponibilizadas pelo Vaticano mostram que ao menos no colégio cardinalício a influência de Francisco já é grande. De todos os 216 cardeais vivos – de 83 países diferentes –, apenas 118 têm direito a voto num eventual conclave.
Isto porque os purpurados com mais de 80 anos não são mais eleitores. Considerando apenas os votantes, 49 foram nomeados no atual pontificado - outros 49 no pontificado de Bento 16; e o restante por João Paulo 2º.

Pastor 'com cheiro das ovelhas'

Ao mesmo tempo, Francisco é visto como "um papa que desceu do trono". Como se diz no meio religioso, seu papado é o de "um pastor com cheiro de ovelhas".
"Ele quer transmitir ao mundo a ideia de que o papa é um líder, mas que está junto ao seu povo, no meio do povo, que veio do povo - por isso alguns o chamam de 'populista'. E para estar junto é preciso viver com simplicidade, como vivem as pessoas mais humildes, e falar diretamente, olho no olho, e não de cima para baixo", opina Domingues.
"Francisco procurou superar um fosso crescente entre a Igreja e o povo de hoje, por meio de uma reforma de atitudes e, quando necessário, das estruturas", diz Ivereigh.
"Nessa área, suas conquistas têm sido enormes. As pessoas agora têm uma visão diferente da Igreja. Ela é vista como mais semelhante a Cristo, menos preocupada consigo mesma e mais ligada às necessidades e aos sofrimentos concretos do povo de hoje. É uma grande conquista em apenas cinco anos; mas, claro, está longe de ser completa."
Em foto de 2013, Francisco chega à Praça São Pedro para sua primeira missa como papaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm foto de 2013, Francisco chega à Praça São Pedro para sua primeira missa como papa; 'Parece que meus colegas foram buscar um papa no fim do mundo', brincou na época
"Ele tem insistido que todos os membros da Igreja precisam motivar-se a partir do Evangelho de Jesus, e não a partir de valores da 'mundanidade': carreira, privilégios, glórias pessoais, etc.", afirma Manzatto.
"Parece pouco, mas é muito se olharmos para os comportamentos de muitos membros atuais do clero. O segundo foco é pastoral, que se pode dizer social. A preocupação de que a Igreja esteja ao lado dos pequenos, dos fracos, dos sofredores, dos pobres. Seu ensinamento vai nessa direção, e a junção dos dois focos é a marca de seu pontificado."
"A ênfase no social e na opção pelos pobres, rigorosamente falando, já estava presente nos papados anteriores, ainda que não tão acentuada", comenta o sociólogo e biólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador de projetos do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
"Até que ponto esses novos documentos (produzido pelo pontificado de Francisco) serão realmente o gérmen de uma época depende da acolhida global que receberão nos próximos 15 anos, do nascimento de uma nova geração de sacerdotes, consagrados e militantes católicos em nível mundial."

Mais santos e beatos

Em cinco anos de pontificado, papa Francisco já é o maior canonizador de santos da Igreja Católica, conforme demonstra levantamento realizado por Altemeyer, da PUC-SP, com base em informações disponibilizadas pelo Vaticano.
Até agora, Francisco reconheceu 878 santos e 1.115 beatos. Antes, o recordista era João Paulo 2º, que nos 26 anos de pontificado fez 482 santos e 1.341 beatos. Bento 16, o antecessor de Francisco, inscreveu no cânon 45 novos santos e 371 beatos - foram quase 8 anos à frente da Igreja.
Altemeyer também compilou as viagens missionárias de Francisco. Até agora foram 17 viagens internas na Itália e 22 viagens internacionais nas quais visitou 31 países - entre eles Brasil, Estados Unidos, Cuba, Quênia, Bangladesh e Myanmar.
Sua produção documental e catequética já compreende 992 discursos, duas exortações apostólicas, 34 constituições apostólicas, 165 cartas, uma bula, 30 cartas apostólicas, 216 mensagens, 31 motu próprios e duas encíclicas - Lumen Fidei e Laudato Si'.

Avanços e preocupações

Do ponto de vista sociopolítico, um destaque da gestão do pontífice argentino é a publicação, em 2015, da 298ª encíclica papal, chamada de Laudato Si' - a primeira da História a trazer o meio ambiente como tema principal.
"Essa encíclica teve um impacto real sobre os acordos ambientais de Paris, e foi calculada para isso", afirma Domingues. "Mas ele mesmo, sozinho, não pode fazer nada para mudar os rumos do cenário global. É preciso que a sociedade e os líderes mundiais o ouçam e entrem em diálogo."
Outro aspecto importante é a ênfase que Francisco dá à importância do acolhimento dos imigrantes, em um tempo de crise de refugiados mundial e forte clima de xenofobia, sobretudo com a ascensão de governos de direita na Europa.
"Sua frase sobre os imigrantes - 'construir pontes, e não muros' - tornou-se um slogan mundial", lembra McElwee. "(O papa) é a voz que defende os pobres e profeticamente clama por uma mudança de sistema. Não é ouvido na medida em que os interesses econômicos dominam o comportamento de chefes de Estado ou outros líderes globais", diz Manzatto.
Em termos de geopolítica mundial, Francisco já garantiu seu nome na história. Ele é apontado como o responsável pelo fim de um rompimento que parecia eterno: o das relações entre Cuba e os Estados Unidos, interrompidas em janeiro de 1961 e retomadas em dezembro de 2014.
Dezoito meses antes do anúncio diplomático, papa Francisco intermediou conversas entre ambos os governos, tanto no Canadá quanto no Vaticano. "É um tremendo impacto no cenário mundial", comenta McElwee.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 11 de março de 2018

Conheça os brasileiros bilionários. Vai uma "cerveja" pra comemorar


A Forbes divulgou a lista atualizada das pessoas mais ricas do mundo. O cálculo para participar da lista é feito com base em informações públicas, como preço de ações e participações societárias. O Brasil ocupa vinte posições dessa lista. Entre os cinco maiores bilionários do país estão o empresário Jorge Paulo Leman, sócio do fundo 3G Capital, que tem participações na AB InBev, Burguer King e Kraft Heinz. Já o banqueiro Joseph Safra, do banco Safra, ocupa a segunda colocação. Marcel Hernnmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, também do 3G Capital, e Eduardo Saverin, um dos fundadores do Facebook, também ocupam as primeiras posições.
Em todo o mundo, 259 bilionários entraram para a listagem pela primeira vez, sendo dois deles brasileiros. José João Abdalla Filho, entrou pelas aquisições do banco do Brasil, e Luis Frias pela conta do IPo da PagSeguro. O empresário sírio radicado no Brasil, Elie Horn, fundador da Cyrela, também voltou ao ranking da Forbes.
Além disso, quinze brasileiros que tiveram o nome ou empresas ligados à Operação Lava-Jato saíram da lista de bilionários. Em 2014, o oitavo lugar era ocupado por Marcelo Odebrecht, que tinha uma fortuna avaliada em 14 bilhões de reais, e o nono lugar pertencia a José Batista Sobrinho e sua família, JBS, com uma fortuna de 11,92 bilhões de reais. Confira a lista dos bilionários do Brasil, segundo a Forbes:
1 – Jorge Paulo Lemann
Posição no ranking geral: 29
Fortuna: US$ 27,4 bilhões
Idade: 78
Fonte de riqueza: Cerveja

2 – Joseph Safra
Posição no ranking geral: 36
Fortuna: US$ 23,5 bilhões
Idade: 79
Fonte de riqueza: Bancos

3 – Marcel Herrmann Telles
Posição no ranking geral: 102
Fortuna: US$ 14 bilhões
Idade: 68
Fonte de riqueza: Cerveja

4 – Carlos Alberto Sicupira
Posição no ranking geral: 124
Fortuna: US$ 12 bilhões
Idade: 70
Fonte de riqueza: Cerveja

5 – Eduardo Saverin
Posição no ranking geral: 148
Fortuna: US$ 10,1 bilhões
Idade: 35
Fonte de riqueza: Facebook

6 – Pedro Moreira Salles
Posição no ranking geral: 382
Fortuna: US$ 5,1 bilhões
Idade: 58
Fonte de riqueza: Bancos e mineração

7 – Fernando Roberto Moreira Salles
Posição no ranking geral: 388
Fortuna: US$ 5 bilhões
Idade: 71
Fonte de riqueza: Bancos e mineração

8 – Joao Moreira Salles
Posição no ranking geral: 388
Fortuna: US$ 5 bilhões
Idade: 56
Fonte de riqueza: Bancos e mineração

9 – Walther Moreira Salles Junior
Posição no ranking geral: 388
Fortuna: US$ 5 bilhões
Idade: 61
Fonte de riqueza: Bancos e mineração

10 – Abilio dos Santos Diniz
Posição no ranking geral: 652
Fortuna: US$ 3,5 bilhões
Idade: 81
Fonte de riqueza: Varejo

11 – Walter Faria
Posição no ranking geral: 729
Fortuna: US$ 3,2 bilhões
Idade: 62
Fonte de riqueza: Cerveja

12 – Luis Frias
Posição no ranking geral: 791
Fortuna: US$ 3 bilhões
Idade: 54
Fonte de riqueza: Pagamentos móveis

13 – Ermirio Pereira de Moraes
Posição no ranking geral: 887
Fortuna: US$ 2,7 bilhões
Idade: 85
Fonte de riqueza: Diversificado

14 – Jorge Moll Filho
Posição no ranking geral: 924
Fortuna: US$ 2,6 bilhões
Idade: 73
Fonte de riqueza: Hospitais

15 – Maria Helena Moraes Scripilliti
Posição no ranking geral: 924
Fortuna: US$ 2,6 bilhões
Idade: 87
Fonte de riqueza: Diversificado

16 – Aloysio de Andrade Faria
Posição no ranking geral: 965
Fortuna: US$ 2,5 bilhões
Idade: 97
Fonte de riqueza: Bancos

17 – Jose Roberto Marinho
Posição no ranking geral: 965
Fortuna: US$ 2,5 bilhões
Idade: 62
Fonte de riqueza: Mídia

18 – Roberto Irineu Marinho
Posição no ranking geral: 965
Fortuna: US$ 2,5 bilhões
Idade: 70
Fonte de riqueza: Mídia

19 – Carlos Sanchez
Posição no ranking geral: 965
Fortuna: US$ 2,5 bilhões
Idade: 56
Fonte de riqueza: Remédios genéricos

20 – Jose Luis Cutrale
Posição no ranking geral: 1020
Fortuna: US$ 2,4 bilhões
Idade: 71
Fonte de riqueza: Suco de laranja
Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 10 de março de 2018

A corrupção e Delfim Netto, o " príncipe e mago da economia" na época da ditadura



O ex-ministro da Fazenda e do Planejamento no regime militar e ex-deputado federal Delfim Netto, de 89 anos, foi o principal alvo da 49.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira (9). Denominada Buona Fortuna, a investigação apura suspeita de pagamento de propina a políticos e agentes públicos pelo consórcio de empreiteiras responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A força-tarefa da Lava Jato afirma que o ex-ministro Antonio Palocci operou o repasse de R$ 15 milhões a Delfim. 

Segundo os investigadores, ficou comprovado que pelo menos R$ 4 4 milhões das empresas vencedoras da licitação foram pagos ao ex-ministro. Os recursos foram repassados por meio de contratos fictícios de consultoria a empresas que têm como sócios Delfim e um sobrinho. O ex-ministro nega e afirma que os serviços foram prestados.

De acordo com o Ministério Público Federal, Delfim ajudou a estruturar um consórcio, em conjunto com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para participar da licitação das obras de Belo Monte. Os contratos teriam sido direcionados pelo governo federal ao consórcio Norte Energia com o objetivo de gerar propinas a membros do PT e do MDB. A participação do ex-ministro no esquema foi apontada por executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht que, em delação, confirmaram o pagamento a ele.

“Em virtude dessa ajuda que, na verdade, constituiu uma fraude ao leilão, Delfim Netto foi angariado com o direcionamento das vantagens indevidas que (Antonio) Palocci (ex-ministro dos governos Lula e Dilma) havia pedido ao PT e ao MDB”, afirmou o procurador da República Athayde Ribeiro.

Bumlai também citou Delfim como participante do suposto esquema. Em depoimento à Polícia Federal, o pecuarista afirmou que o consórcio vencedor foi acertado em 2010, durante reunião no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. Por enquanto, os procuradores não encontraram indícios de pagamento de vantagens indevidas a Bumlai. 

A casa, o escritório e empresas de Delfim foram alvo de mandados de busca e apreensão. No total, foram cumpridos nove mandados em São Paulo e no Paraná.

Conforme as investigações, PT e MDB receberam 1% do total dos contratos de Belo Monte - R$ 14,5 bilhões -, o que daria R$ 60 milhões para cada partido. A força-tarefa afirma que do montante pago aos partidos, R$ 15 milhões foram repassados a Delfim pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli, todas integrantes do consórcio Norte Energia. 

Segundo os investigadores, as falsas consultorias foram firmadas com as empresas Aspen Consultoria e LS Consultoria, que estão em nome do ex-ministro e de seu sobrinho, Luiz Appolonio Neto. A relação entre as empresas e o ex-ministro eram feitas por Palocci, apontado pelo MPF como o “porta-voz” de Delfim. 

Athayde Ribeiro afirmou que Delfim Netto mentiu à PF ao prestar depoimento em 2016. O ex-ministro foi questionado sobre um repasse de R$ 240 mil pago pela Odebrecht através do setor de Operações Estruturadas, o chamado departamento da propina da empreiteira. “Ele não falou a verdade. Ele tentou mascarar o recebimento da vantagem indevida em supostos contratos de consultoria cujos serviços jamais foram prestados”, disse o procurador. 

No caso da Odebrecht, os pagamentos foram registrados no sistema com o codinome “Professor”. Os delatores da empreiteira afirmaram que não foi prestado nenhum serviço pelo ex-ministro. Em abril de 2016, Flávio Barra, da Andrade, também confirmou em depoimento repasse ao ex-ministro na fase final das negociações para a construção da usina.

Em sua decisão, o juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 4 4 milhões das empresas e das contas do ex-ministro e de seu sobrinho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Com Informações do Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Conflitos pelo mundo:5 pontos para entender a guerra civil no Iêmen, a pior crise humanitária do mundo

Crianças iemenitas sendo tratadas em setembro de 2017Direito de imagemEPA
Image captionO Iêmen vive uma grave epidemia de cólera, com 1 milhão de casos suspeitos até dezembro
A guerra civil no Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, deixa 22 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera essa a maior crise humanitária global em curso atualmente.
Só neste ano, 85 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas por conta do conflito iemenita, e o total de mortos ultrapassa 10 mil em três anos.
É uma guerra que opõe duas potências do Oriente Médio. De um lado, estão as forças do governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi, apoiadas por uma coalizão sunita liderada pela Arábia Saudita. Do outro, está a milícia rebelde huti, de xiitas, apoiada pelo Irã, que controla a capital, Sanaa.
Em meio à guerra, o país sofre com bloqueios comerciais impostos pelos sunitas, que impedem que ajuda humanitária e itens básicos, como comida, gás de cozinha e medicamentos, cheguem a 70% da população iemenita.
Os anos de conflito não só provocaram uma escassez aguda de alimentos como destruíram o sistema de saúde do país, dificultando o combate a uma grave epidemia de cólera. Em dezembro, o número de casos suspeitos de cólera alcançou 1 milhão.
Crianças iemenitas deslocadas pelo conflito estudam em tenda improvisadaDireito de imagemAFP
Image captionSó neste ano, 85 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas no país
A BBC listou alguns pontos do conflito para explicar o que acontece nesse país da Península Arábica:

Por que essa guerra importa para o resto do mundo?

O que acontece no Iêmen pode aumentar muito as tensões na região e os temores do Ocidente de ataques vindos do país à medida que ele se torna mais instável.
As agências de inteligência consideram o braço da organização extremista Al-Qaeda na Península Arábica como o mais perigoso, por causa de seus conhecimentos técnicos e alcance global. O surgimento, na região, de novos movimentos afiliados ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico também é motivo de preocupação.
O conflito entre os hutis e o governo também é visto como parte de uma batalha regional por poder entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, liderados pela Arábia Saudita.
Os países do Golfo Pérsico, que apoiam o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, acusam o Irã de apoiar os hutis (xiitas) financeiramente e militarmente, apesar de o Irã negar.
O Iêmen é estrategicamente importante, porque está no estreito de Bab-el-Mandeb, que faz ligação com a África e é rota de navios petroleiros. Além disso, muitas potências lucram indiretamente com a guerra iemenita: a coalizão saudita que bombardeia o Iêmen compra armas de países como Estados Unidos, Reino Unido e França.
Questionado a respeito disso na última terça-feira (6), o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou ser "verdade que há muitas armas sauditas (no conflito), mas também muitas armas iranianas".
Só as empresas britânicas teriam lucrado £6 bilhões ( R$27 bilhões, aproximadamente) com venda de armas à Árabia Saudita desde o início da guerra no Iêmen, segundo pesquisa da ONG War Child UK.

Como tudo começou?

Rebelde huti em SanaaDireito de imagemAFP
Image captionOs rebeldes xiitas hutis entraram em Sanaa em setembro de 2014 e assumiram seu controle meses depois
Essa guerra tem suas raízes no fracasso de uma transição política que supostamente traria estabilidade ao Iêmen após uma revolta na sequência da Primavera Árabe, em 2011, que forçou a saída do poder do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, após 33 anos – ele acabaria sendo morto em dezembro, acusado de traição. Na época, ele passou o comando do país para o seu então vice, Abd-Rabbu Mansour Hadi.
Hadi enfrentou uma variedade de problemas, incluindo ataques da Al-Qaeda, um movimento separatista no sul, a resistência de muitos militares que continuaram leais a Saleh, assim como corrupção, desemprego e insegurança alimentar.
O movimento huti, que segue uma corrente do islã xiita chamada zaidismo e havia travado uma série de batalhas contra Saleh na década anterior, tirou proveito da fraqueza do novo presidente e assumiu o controle da província de Saada, no nordeste do país.
Desiludidos com a transição, muitos iemenitas – incluindo os sunitas – apoiaram os hutis e, em setembro de 2014, eles entraram na capital, Sanaa, montando acampamentos nas ruas e bloqueando as vias.
Em janeiro de 2015, eles cercaram o palácio presidencial e colocaram o presidente Hadi e seu gabinete em prisão domiciliar. O presidente conseguiu fugir para a cidade de Áden no mês seguinte.
Artilharia saudita sendo disparada contra Iêmen em 2015Direito de imagemAFP
Image captionUma coalizão internacional liderada pelos sauditas interveio no Iêmen em 2015
Os hutis tentaram então tomar o controle do país inteiro, e Hadi teve que deixar o Iêmen.
Alarmados com o crescimento de um grupo que eles acreditavam ser apoiado militarmente pelo poder xiita local do Irã, a Arábia Saudita e outros oito Estados sunitas árabes começaram uma série de ataques aéreos para restaurar o governo de Hadi.
Essa coalizão recebeu apoio logístico e de inteligência dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França.

O que aconteceu desde então?

Há dois anos e meio, essa guerra está em curso e nenhum dos lados parece disposto a ceder. A ONU tentou, por três vezes, sem sucesso, negociar um acordo de paz.
Forças pró-governo, constituídas principalmente por soldados leais ao presidente Hadi. sunitas de tribos do sul e separatistas conseguiram evitar que os rebeldes tomassem a cidade de Áden após quatro meses de uma batalha violenta, que deixou centenas de mortos.
Tendo assegurado um espaço no porto, tropas das forças de coalizão desembarcaram e ajudaram a expulsar os hutis para o sul. O presidente Hadi estabeleceu residência temporária em Áden, apesar da maioria de seu gabinete ter continuado exilada.
Os hutis, no entanto, conseguiram manter um cerco na cidade de Taiz e lançar morteiros e foguetes através da fronteira com a Arábia Saudita.
Os jihadistas da Al-Qaeda na Península Arábica e rivais de organizações parceiras do Estado Islâmico têm tirado proveito do caos, confiscando territórios no sul e realizando ataques mortais, principalmente em Áden.
O lançamento de um míssil em direção a Riad em novembro levou a Arábia Saudita a intensificar o bloqueio no Iêmen.
A coalizão alegou querer parar o contrabando de armas para os rebeldes do Irã, mas a ONU disse que as restrições poderiam desencadear "a maior crise de fome que o mundo já viu em décadas".
Garoto iemenita aliado dos hutis carrega arma no norte de Sanaa:Direito de imagemAFP
Image captionPopulação do Iêmen vive uma situação de emergência alimentar

Qual o impacto na população?

A população tem suportado o caos da guerra e sido constantemente vítima do que o conselho de direitos humanos da ONU chama de "incessantes violações do Direito internacional".
Os ataques aéreos da coalizão saudita foram as principais causas da morte de civis. A destruição da infraestrutura do país e as restrições de importação de comida, de medicamenteos e de combustível causaram o que a ONU diz ser uma situação catastrófica.
Mais de 20 milhões de pessoas, incluindo 11 milhões de crianças, precisam de ajuda humanitária imediata. Há 7 milhões de pessoas dependentes de ajuda para comer e 400 mil crianças sofrendo de desnutrição.
Ao menos 14,8 milhões estão sem cuidados básicos de saúde, e apenas 45% dos 3,5 mil postos de saúde estão funcionando e lutando para conter a maior epidemia de cólera do mundo, que até o final do ano passado havia resultado em 2.196 mortes.
Mulheres esperam na fila para encher bujões de gás de cozinha, em falta no paísDireito de imagemREUTERS
Image captionGás de cozinha e outros itens básicos estão em falta no Iêmen
E 2 milhões de iemenitas estão desabrigados por causa da guerra, além dos 188 mil que fugiram para países vizinhos.

Por que há um racha entre os rebeldes?

O assassinato do ex-presidente Saleh por rebeldes, em dezembro, evidenciou um racha. Saleh era aliado dos hutis, mas foi considerado "traidor" por se dizer disposto a dialogar com a Arábia Saudita, que apoia o governo iemenita.
Durante meses, houve sinais de que a aliança entre os hutis e os apoiadores de Saleh estava estremecida, o que se provou verdade com o assassinato do ex-presidente.
No dia 29 de novembro, conflitos entre os antigos aliados emergiram na capital Sanaa. Com cada um dos lados culpando o outro pela ruptura, no dia 2 de dezembro, Saleh apareceu na televisão dizendo à coalizão saudita estar aberto a um novo capítulo nas relações.
Ele pediu à coalizão para interromper os ataques aéreos e afrouxar o bloqueio no país. Também se dispôs a um novo diálogo, o que foi bem recebido pela coalizão, mas visto como uma traição pelos hutis, que o assassinaram.
Professor Edgar Bom Jardim - PE